COMO PEDROTO RESOLVEU OS DOIS ANOS MAIS TERRÍVEIS DA CARREIRA DE CARVALHO E MANUEL JOSÉ AJUDOU-O A CUMPRIR O SONHO...


Carvalho formou-se no Vitória, como vimaranense, mas, acima de tudo, vitoriano que era.

Natural do Bairro dos Machados, ali perto do cemitério da Atouguia, iria com mais dez amigos prestar provas no Vitória... só ele ficaria!

Porém, chegado aos seniores, tudo terá estado para mudar, como o próprio reconheceu em entrevista ao Jornal do Vitória, de 25 de Novembro de 1987, já o jogador era um nome consolidado no clube e estava prestes a tornar-se internacional português. Assim, como reconheceu, nessa altura "fiz um contrato com o Vitória, em que o único prejudicado fui eu. Fiquei preso ao clube, mas daí nada de positivo resultou. Fiquei parado."

Ainda para mais, numa altura, em que ia dando nas vistas, a ponto de "Sporting e Benfica estavam interessados no meu concurso." Mas, como o Vitória decidiu manter o jogador, aquelas temporadas de 1979/80 e 80/81 foram terríveis, pois "estive dois anos em banho-maria só com a actividade específica dos treinos."

A oportunidade para dar a volta "aos dois anos mais terríveis da minha vida", surgiria graças a José Maria Pedroto, provavelmente, o treinador mais carismático da centenária história vitoriana e que revolucionou o modo do clube perceber o que tinha de fazer para vencer.

Seria frontal com o, então, jovem jogador. "Disse-me então o mestre do futebol português: Carvalho vais começar a tua vida na Sanjoanense. Vais porque tens condições de lá jogar e o futuro sorrir-te-á." Palavras, ao jeito de profecia, ou, simplesmente, a certeza que de quem muito sabia de futebol.

Seria aí que a sua carreira teve o clique necessário, ainda que quando regressasse a Guimarães fosse novamente dispensado, pelo novo técnico Manuel José. "Era um treinador que falava pouco comigo e fui dispensado agora para o Salgueiros. Depois que o Manuel José saiu de Guimarães andou sempre atrás de mim para jogar na sua equipa. No primeiro ano recusei o convite que aceitei à segunda vez."

Confirmaria no Algarve que estava pronto para regressar ao amado símbolo, que sonhava representar desde menino. Como o próprio disse "foi um regresso a casa que me proporcionou o Dr. Pimenta Machado. Era um regresso desejado. Sempre fui sentimental e como aspirava jogar pelo Vitória fiz um contrato que termina precisamente no fim desta temporada. Espero aqui permanecer para ajudar o Vitória a cimentar o prestígio europeu que já ostenta e que foi conseguido a pulso."

E, assim, Carvalho conseguiu entrar na história vitoriana...

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