COMO O VITÓRIA TIROU A BARRIGA DE MISÉRIAS NUM ANO QUE NÃO ESTAVA A CORRER ESPECIALMENTE BEM...

O ano vitoriano de 1967/68 esperava-se que fosse de retorno aos mais altos lugares da tabela.

Na verdade, a aposta em Juca como treinador pretendia fazer com que a equipa, depois de dois anos orientada pelo gaulês Jean Luciano e em que no primeiro conquistou pela terceira vez a quarta posição da tabela classificativa, regressasse aos mais altos patamares do futebol português.

A aposta, contudo, sairia gorada com um terrível arranque em que a equipa somou três derrotas nas três primeiras jornadas do campeonato, somando o primeiro ponto na recepção ao Leixões na etapa seguinte da prova, graças a um empate a um, com um golo de Manuel Silva.

Com as sirenes de alarme a soarem, receberam os Conquistadores a Olhanense, na altura, segundo as publicações da época, uma das equipas mais frágeis da segunda divisão do futebol português. em partida a contar para a primeira mão dos 32 avos de final da Taça de Portugal. Refira-se que, por essas alturas, todas as eliminatórias da prova rainha do futebol português até à final eram disputadas a duas mãos, sendo que dos quartos de final em diante as partidas eram jogadas após o final do campeonato.

Assim, nesse dia 08 de Outubro de 1967, com o Vitória a alinhar com Giesteira; Costeado, José Carlos, Joaquim Jorge, Daniel; Manuel Pinto, Peres; Castro, Manuel, Mendes e Lázaro, como escreveu o Notícias de Guimarães de 14 de Outubro desse ano, regressou à sua verdadeira dimensão. Com efeito, "os sobressaltos do Campeonato ficaram para trás; o futuro na Taça não oferecia riscos; e, a par de uma coisa e outra, a ocasião oferecia excelente ensejo de conquista de um resultado expressivo..."

Assim, o Vitória aproveitaria a oportunidade para quase chegar à dezena de golos... ficaria pelos nove, com destaque para a primeira manita de Manuel de Rei ao peito, ele que no ano seguinte haveria de repetir a gracinha na última jornada do campeonato frente à Sanjoanense. Mendes, esse, apontaria três tentos sendo o outro marcado por Castro. O Vitória venceria por nove bolas a uma, tornando a visita ao Algarve, que decorreu na semana seguinte, num mero pro-forma, já que a eliminatória estava conquistada.

Deste modo, a "exibição prometedora, porque confirmou claramente algumas ideias que sempre tivemos como certas, mas, que, por aí, sentimos, muito apressadamente esquecidas ou ignoradas" seria o lastro necessário para o Vitória começar a triunfar no campeonato... ainda que a classificação final se cifrasse num cinzento, para as expectativas, sexto posto!

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