COMO O VITÓRIA RESPIROU DE ALÍVIO NUM ANO AGÓNICO PARA LOGO A SEGUIR GOETHALS DAR UMA ENTREVISTA MARCANTE EM QUE COMPAROU PIMENTA AO PAPA E QUEIXOU-SE DO QUE LHE FAZIA MAL AO ESTÔMAGO!

O ano de 1984/85 começara sob o signo do entusiasmo, graças à contratação do treinador belga Goethals. Na verdade, era um técnico conceituado no seu país e que, por um caso de corrupção, não podia desempenhar as suas funções no banco de suplentes.

Esperava o Vitória quando o contratou que pudesse desbloquear a situação para poder treinar com todas as faculdades em Portugal. Debalde! Goethals, durante a sua estada na Cidade Berço, jamais pôde sentar-se no banco e num tempo em que as comunicações via telemóvel eram uma utopia, levar a equipa a bom porto tornou-se uma verdadeira utopia, ao que se juntou a crença que os jovens que haviam dado boa conta de si, principalmente no triunfo por quatro bolas a uma sobre o Benfica no ano anterior, por si só pudessem fazer uma boa carreira e que se haveria de mostrar gorada.

Porém, a verdade é que, com alguns reforços como Roldão, o Vitória acabaria por chegar aos derradeiros jogos do campeonato em condições de garantir uma sofrida manutenção. Assim, naquele dia 26 de Maio de 1985, perante o Varzim, os Conquistadores poderiam finalmente respirar de alívio após um ano de solavancos.

Assim, a alinhar com Neno; Rui Vieira, Miguel, Tozé, Teixeirinha; Costeado, Hilário, Roldão; Paquito, César e Paulo Ricardo, segundo o Povo de Guimarães, o jogo "foi praticamente sempre da equipa vitoriana, com um primeiro tempo até prometedor, mas virando para preocupante consoante se aproximava do seu final."

Na verdade, após o golo de Teixeirinha, ainda na primeira metade, "o nosso Vitória enervou-se, talvez, por não lhe ter aparecido cedo aquele segundo golo que bem merecia".

Porém, o Vitória triunfava, garantindo a manutenção, para se concluir que "por agora, o sossego já regressou. Admitamos, também, que, na próxima temporada, a vida será outra, como está prometida."

Todavia, antes disso, e quando o sossego, como se referiu, era a nota dominante, Goethals pretender sair em grande. Com uma entrevista demolidora na Bola onde procurou abalar as fundações da estrutura vitoriana. Assim, nesta, entre outras coisas, afirmaria que “era mais fácil ver o papa do que o presidente do Vitória” e “que houve jogos que o Vitória perdeu como juvenis e quem sofreu foi o meu estômago.”

O essencial, contudo, estava conseguido...e o Vitória poderia preparar a próxima temporada já com António Morais ao leme.

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