Estávamos na temporada de 1984/85...
O Vitória de Goethals era uma desilusão, incapaz de se colar a lugares europeus. Pelo contrário, respirava com dificuldades e afectado por uma preocupante irregularidade.
Uma montanha-russa que empurrou a equipa para lugares que no início daquela temporada não eram esperados e que obrigavam os homens comandados pelo consagrado técnico belga a fazerem contas à vida.
Por isso, aquela partida frente ao Farense, disputada a 12 de Maio de 1985, referente à 27ª jornada do Campeonato, era importante. Tal importância devia-se ao facto do emblema algarvio encontrar-se igualado aos Conquistadores na tabela classificativa com 21 pontos, ambos com três de avanço para os lugares de despromoção, faltando apenas quatro partidas para o campeonato findar.
Assim, naquela tarde, os Conquistadores entraram no relvado do Municipal com Neno; Costeado, Valério, Miguel, Laureta; Isima, Hilário, Rui Vieira; Paquito, Paulo Ricardo e Roldão, a precisarem de triunfar. Segundo o Notícias de Guimarães, o Vitória decidiu "oferecer aos seus amigos e admiradores, uma relação de bom jogo para provar que sabe jogar o futebol e como deve ser jogado.", numa tarde em que Paquito seria o grande herói.
Na verdade, o atleta proveniente do Rio Ave, este encetaria as contas logo aos 4 minutos, o que fez com que "marcando cedo, partiu para uma exibição à altura dos seus pergaminhos, conseguindo quatro golos e deixando de marcar, pelo menos, o dobro, o que desabona o seu poderio atacante." O avançado haveria, ainda, de apontar dois tentos aos 32 e 34 minutos, conseguindo um hat-trick relâmpago que fariam os Conquistadores respirarem de alívio. Paulo Ricardo, apontaria o quarto tento da tarde, ainda que "como uma andorinha não faz a Primavera, um jogo bem jogado não deixa classificar um grupo do lugar que se esperava que devia estar."
Mas, pelo menos, graças a 34 minutos inesquecíveis de Paquito, a manutenção ficava (muito) mais perto...