COMO O VITÓRIA PARECEU ARRANCAR PARA UMA TEMPORADA DE EXCELÊNCIA, ALGO QUE INFELIZMENTE NÃO TERIA CONFIRMAÇÃO LOGO NO JOGO SEGUINTE...

O Vitória naquela temporada de 1975/76 reformulara-se...

Mário Wilson, o timoneiro dos últimos anos houvera abandonado a equipa, sendo substituído pelo regressado Fernando Caiado, que já tinha orientado a equipa na temporada de 1969/70, após a abrupta partida do brasileiro Giba por doença.

Além da mudança de treinadores, a equipa perdera o goleador Jeremias, vendido por bom dinheiro para o Espanyol de Barcelona, recebendo em troca nomes como Abel, Rui Lopes, Ferreira da Costa e Celton. Era um Vitória renovado, ansioso por esquecer o famigerado derradeiro jogo da temporada anterior frente ao Boavista, arbitrado por António Garrido e, obviamente, ainda sem saber que o final da temporada, fruto da final da Taça de Portugal, seria igualmente dramático perante o mesmo adversário e com o mesmo juiz.

Assim, antes disso, depois de um empate a dois perante o Belenenses na estreia desse campeonato, graças aos golos de Tito e de Almiro, o Vitória deslocou-se ao Algarve, a Faro, para enfrentar o Farense.

No dia 14 de Setembro de 1975, no calor do Sul do país, os Conquistadores entraram em campo com Rodrigues; Ramalho, José Carlos, Torres, Osvaldinho; Pedrinho, Rui Rodrigues, Abreu; Rui Lopes, Almiro e Tito. Como escreveu o Notícias de Guimarães do dia 20 desse mês e ano, os Conquistadores alicerçaram o seu êxito no colectivismo que, por aqueles dias, andava nas bocas do povo, fruto da Revolução ocorrida um ano antes.

Na verdade, o Vitória "em Faro, voltou a ser aquela máquina que já mostrara ser em Guimarães, frente ao Belenenses, obtendo um resultado retumbante, após exibição primorosa, por simples e colectivista."

Com efeito, para além dos três golos sem resposta, apontados por Tito, Ramalho e Abreu, " Faro pôde ver um conjunto aprimorado, com vista, em primeiro lugar, à conquista de pontos, atacando (ou contra-atacando) só pela certa, mas com um rendimento de produção verdadeiramente de apreciar." Assim concluía-se que parecia "destinado a cumprir uma época à altura das suas melhores", prevendo-se que no jogo seguinte perante o eterno rival, de regresso à Primeira Divisão, "o Vitória vai triunfar sem margem para dúvidas, dizendo claramente a sua superioridade em relação aos bracarenses, vantagem que se verificará em relação à maioria das equipas nacionais.”  Tal seria, contudo, um engano, já que no futebol a lógica passa por esta não existir, sendo que para o Notícias de Guimarães, nessa tarde, "existiu sensação", de pouco valendo o facto de Tito ter aberto o activo naquela tarde. Mas, essa, será outra história, para outro momento...

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