COMO O VITÓRIA MOSTROU OS DENTES AO LEÃO E MORAIS PINTOU A MANTA MESMO A JOGAR DE CABEÇA LIGADA!

 "Guimarães é que sabe comprar no Brasil". Era esse o título do jornal A Bola de 20 de Setembro de 1965, em alusão à partida que o Vitória disputara em Alvalade, referente à segunda jornada do Campeonato Nacional de 1965/66.

Na verdade, depois dos Conquistadores, orientados por Jean Luciano, terem batido o homónimo sadino por quatro bolas a uma na jornada inaugural, numa tarde em que Mendes e Djalma pintaram a manta com dois golos cada um, seguiu-se a, sempre difícil, deslocação ao Sporting e que poderia servir de medidor das capacidades da equipa.

Nesse dia a alinhar com Dionísio; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Daniel; Ribeiro, Peres; Morais, Djalma, Mendes e Castro, o Vitória deu uma lição de futebol, já que, segundo Carlos Pinhão, "quanto ao ataque, sim senhor, pode vir a dar que falar, porque Mendes (mais magro) e Castro (uma primeira parte sensacional) progridem e os novos brasileiros são mesmo bons, como aliás, é de tradição vimaranense. Depois de Ernesto, Edmur (que chegou a bola de prata), Lua e Rodrigo (...), também estes, Morais e Djalma podem ficar memoráveis."

Destacar-se-ia, contudo, mais Morais, que, apesar, de jogar sessenta e cinco minutos de cabeça ligada e, por isso, ter necessitado de estar durante vinte minutos a receber assistência médica, como resultado de um choque logo aos cinco minutos da contenda, foi um autêntico quebra-cabeças para a defensiva leonina... a ponto de atiçar o desejo adversário em contar com os seus préstimos, o que haveria de conseguir de modos subrepítcios na época seguinte, uma história já aqui narrada.

Quanto ao resultado final, tudo sucederia nos vinte minutos em que o Vitória esteve com dez atletas, devido à supra-referida assistência a Morais. O Sporting falharia uma grande penalidade, graças à defesa de Dionísio, adiantou-se no marcador, para Mendes empatar num tiro rasteiro, selando o resultado final a um!

Porém, mais do que isso, demonstrava-se a qualidade da equipa vitoriana e a sapiência do "Pimenta do Brasil", como era conhecido, em escolher jogadores! Djalma e Morais eram as novas coqueluches vitorianas...

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