O ano de 1982/83 foi de mudança no Vitória.
Depois de dois anos em que Pedroto revolucionou o futebol vitoriano, o popular Zé do Boné rumou ao Porto, deixando uma vacatura que seria ocupada por Manuel José, na altura, um jovem treinador, que chegou proveniente do Sporting de Espinho.
O técnico conseguiria capitalizar a obra que o melhor treinador português daqueles tempos construir, fazendo uma prova equilibrada que teve o seu apogeu com o triunfo em Alcobaça, que foi quase o passaporte para o regresso europeu treze anos depois da sua última participação.
Assim, naquele dia 22 de Maio de 1983, com o Vitória a alinhar com Silvino; Gregório Freixo, Amândio, Murça, Laureta; Nivaldo, Abreu, Paquito; Paulo Ricardo, Joaquim Rocha e Flávio, como escreveu o Notícias de Guimarães de 27 de Maio desse ano, "... foi a Alcobaça buscar dois pontos indispensáveis." Um facto assinalável, atendendo à tradicional dificuldade dos Conquistadores em levarem de vencidas as equipas classificadas nos derradeiros lugares da tabela. Porém, "os pés do capitão Abreu fizeram, não diremos, o milagre desejado, mas confirmou uma aspiração geral que fazia já contas aos pontos que se perderam e que eram de ganhar sem reservas."
Com esse golo aos 59 minutos da contenda, assumia-se que apesar de faltarem "ainda dois jogos para terminar o Campeonato Nacional e é de esperar que não haja contrariedade na fixação do Vitória no 4º lugar. São três os pontos de diferença para o 5º lugar."
Assim, para o sonho tornar-se em realidade, na jornada seguinte, a penúltima, frente ao Portimonense, existiam três hipóteses: "O Vitória ganha ao Portimonense - participação assegurada; O Vitória empata com o Portimonense - participação assegurada; O Vitória perde com o Portimonense - participação assegurada se Boavista e o Braga não ganharem em Setúbal e no Estoril." Seria esta última possibilidade que sucedeu, com a festa vitoriana a ficar ensombrada pela derrota caseira com o Portimonense... mas, isso, já será outra história!