COMO A NECESSIDADE DE JOGAR NO TERRENO DO RIVAL, EM QUE SENTIMENTOS DE INVEJA IMPERARAM, CONFIRMOU A NECESSDIDADE DA AMOROSA SER INAUGURADA...

Aquela época de 1945/46 foi de mudança...

Com efeito a necessidade do Vitória ter de mudar de casa, pelo facto das instâncias desportivas considerarem que o Benlhevai tinha dimensões exíguas, sendo estas uma das razões para os maus resultados da selecção portuguesa, obrigou o Vitória a proceder à construção da Amorosa, de muito valendo o labor incansável de Antero Henriques da Silva.

Por isso, no início daquele campeonato nacional, já depois do distrital ter sido vencido, o Vitória, sem um campo para jogar em Guimarães, teve de recorrer ao recinto bracarense, que era o mais próximo que tinha.

Todavia, arrepender-se-ia. Na verdade, tal explicou que a equipa, nesse ano, apenas obtivesse o seu primeiro êxito na inauguração da nova casa. Porém, antes disso, na cidade vizinha, haveria de empatar a dois perante a Olhanense e ser derrotado pelo Sporting por três bolas a uma.

Nesse dia 30 de Dezembro de 1945, a alinhar com Machado; Garcia, Dias; Arlindo, Curado, José Maria; Feliciano, Brioso, Miguel, Alexandre e Franklim, todos os factores jogaram contra o Vitória: a assistência e a nefasta arbitragem do juiz, de nome Morgado, que vilipendiou os interesses vitorianos de forma decisiva.

Quanto à assistência, como escreveu o Notícias de Guimarães de 06 de Janeiro de 1946, "era abertamente contra o Vitória", sendo que "a grande maioria se regozija e delira até com a derrota dos campeões minhotos, ainda que esta revista foros de injusta, como sucedeu no Domingo." Na verdade, "os jogadores de Lisboa tiveram ambiente mais amigo e entusiasta do que os rapazes do Vitória, isto a despeito das centenas de vimaranenses que ali se deslocaram." A comprovar isso, "até o locutor da Emissora Nacional que fazia a retransmissão do jogo, ao comentar a grandiosa manifestação feita ao 2º tento dos lisboetas, obtido na primeira parte, confundido com tanto entusiasmo, atribuiu, naturalmente, a marcação do mesmo aos vimaranenses."

Tal levava à conclusão que "o Vitória de Guimarães, que tão dignamente tem sabido representar a sua região em anos sucessivos de lutas valorosas, teve a desdita de ir fazer os seus jogos na terra em que mais depreciados são os seus méritos e mais invejado é o posto que ocupa com inteira justiça."

Para além disso, como tantas vezes tem acontecido com os clubes mais titulados, o Vitória foi "prejudicado pela arbitragem de um sujeito esguio e pálido, com as calças arregaçadas", que negou uma grande penalidade à equipa vimaranense por derrube a Alexandre e validou um polémico terceiro golo aos leões em fora de jogo, influindo decisivamente na derrota por três bolas a uma e demonstrando claramente as "demonstrações de vontade insofismáveis do Sr. Morgado."

Importava regressar a casa o mais rápido possível... e já se sabia que "o próximo encontro que caiba em casa ao Vitória, será mesmo jogado em casa... Assim o anseiam todos os desportistas vimaranenses e dum modo especial a Comissão que tomou a iniciativa da construção do novo campo..." para evitar voltar a suceder o que acontecer nos dois jogos disputados na cidade vizinha.

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