Foram 335 jogos de Rei ao peito em 10 anos.
Um percurso começado em 1986 e que o próprio terá pensado que não ia durar tanto e que, nem sequer terá estado para passar por Guimarães e pelo Vitória e que mesmo na cidade Berço não estaria destinado ao êxito.
Na verdade, como o próprio referiu em entrevista ao Jornal O Povo de Guimarães, de 21 de Abril de 1995, "quando cheguei não era para vir para Guimarães, nem conhecia Guimarães. Eu e uns amigos chegamos a Lisboa e éramos para ficar lá uma semana e depois iríamos treinar para Lyon, em França." Como haveria de reconhecer mais tarde, em entrevista ao Mais Futebol de 17 de Julho de 2020, "disseram-nos que havia o interesse de um clube. Dissemos logo que não havia problema. E ainda bem que ficámos, o Vitória foi das melhores coisas que me aconteceu na vida."
Um homem teria influência na mudança de rota do jogador, pois, "Walter Ferreira já me tinha visto treinar no Zaire, falou com o Presidente Pimenta Machado e disse para a gente treinar aqui e cá ficamos."
Assim, chegaria a Guimarães, como reconheceu no jornal O Jogo de 26 de Janeiro de 2024, com um claro défice de forma física. Dificuldades confirmadas no primeiro treino que foi, também, o derradeiro da equipa de 1985/86, depois de ter conquistado um belo quarto lugar. Assim, "-Quando cheguei ao Vitória, só pude treinar uma única vez, porque era o último treino. O campeonato tinha acabado. Lembro-me que parti para casa muito triste, a chorar, porque a velocidade de jogo e de de todos os colegas era muito alta. Eu nem conseguia andar! Eu era bom mas percebi que só andava na seleção! O Manuel Machado rapidamente fez uma intervenção junto de mim e fez-me acreditar que teria chances de jogar."
Intervenção essa que conjugada com uma pré-temporada a sério no ano subsequente faria com que fosse titular logo na primeira jornada do campeonato, em Braga. A partir daí, não mais perderia o lugar, sendo o resto história...
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1985/86