COMO NAQUELE INÍCIO DE TEMPORADA DE 1952/53, NO DIA EM QUE O VITÓRIA ESTREOU UM NOVO E ORIGINAL EQUIPAMENTO, ENTENDIA-SE QUE A AMOROSA NÃO SERVIA PARA A EVOLUÇÃO DO VITÓRIA...


A temporada de 1952/53 ficou marcada pela contratação de Silveira que haveria de tornar-se num dos maiores capitães da história do clube e... por um miraculoso golo de Caraça frente ao SC Braga na derradeira jornada do campeonato no último minuto que garantiu a manutenção vitoriana.

Porém, logo na primeira jornada da prova, disputada a 28 de Setembro de 1952, com o Vitória a alinhar com Silva; Matias, Cerqueira, Costa; Cesário, José da Costa; Nuno, Rebelo, Caraça, Franklim e F.Mota, os Conquistadores perderiam por uma bola a zero, apesar do Notícias de Guimarães, datado de 05 de Outubro de 1952, considerar que "o F.C. do Porto saiu vencedor da partida pela tangente num lance de felicidade. Mas manda a verdade que se diga que o Vitória não merecia sair vencido do terreno, pelo que jogou durante 60 minutos, em que soube impor-se e em que disfrutou de três oportunidades para chamar a si a marcha do marcador."

Além disso, destaque para outro facto naquela jornada inaugural do campeonato. Com efeito, "o Vitória, que não pôde neste jogo apresentar a sua melhor formação, estreou um outro equipamento: camisola listrada de preto e branco em linhas verticais. O conjunto não é desagradável, mas nós optaríamos pelo que andava em uso, por mais alegre, mais característico e mais tradicional." Assim, o branco ficaria para sempre, não obstante na temporada 2016/17, o conjunto tenha sido revisitado num terceiro equipamento que foi um sucesso de vendas.

Contudo, mais do que isso, e mais importante para o futuro do clube, num dia em o Vitória recebeu no seu campo "milhares de pessoas vindas de todo o Norte do país, animando-se extraordinariamente durante algumas horas, vendo-se em muitas artérias intermináveis filas de automóveis e camionetes" percebeu-se, novamente, que a Amorosa não possuía condições para estes dias de enchente,

Na verdade, "o caminho para o campo, à hora do encontro, via-se pejado de entusiastas e adeptos do futebol. O acesso tinha, assim, de ser lento, moroso mesmo, sobretudo desde que se entrasse na chamada Ponte de Santa Luzia. Mas se o acesso foi difícil, o regresso no fim do jogo (...) foi um verdadeiro martírio. Então quase nos sentimos envergonhados perante os que de fora vieram, tal a dificuldade de se caminhar naquela cangosta até à Rua do Rei do Pegú."

Assim, para resolver a situação propunha-se abrir um caminho que ligasse a estrada da Atouguia, pela Feijoeira, ao Campo de Jogos. Tal não sucederia e a resolução do problema só haveria de existir em 1965 com a nova casa... mas isso já será outra história!

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