Aquele Vitória, versão 2002/03, arrancou a todo o vapor.
A jogar num ousado modelo, para altura, de 3-5-2 com avançados móveis, beneficiou na parte inicial do campeonato do efeito surpresa para ir ultrapassando os adversários com que se deparava. Uma verdadeira máquina de jogar à bola que o treinador Augusto Inácio soube olear devidamente na pré-temporada para arrancar o campeonato em grande.
E assim foi... Depois de ter vencido na Marinha Grande, casa emprestada da União de Leiria, triunfou em Felgueiras, reduto vitoriano nessa temporada por força das obras de beneficiação do Estádio D. Afonso Henriques para o Euro 2004, o Nacional da Madeira. Em dois jogos, os Conquistadores tinham realizado seis pontos, seguindo-se a partida em Setúbal, frente ao homónimo sadino.
Nesse dia a alinhar com Palatsi; Ricardo Silva, Cléber, Rogério Matias; Bessa, Rui Ferreira, Hugo Cunha, Pedro Mendes, Ivan Djurdjevic; Nuno Assis e Romeu, antevia-se um jogo difícil para os Conquistadores que, tradicionalmente, sempre experimentaram muitas dificuldades nas margens do Sado. Porém, nessa noite de Segunda-feira, dia 16 de Setembro, tudo seria diferente, graças a uma entrada arrasadora da equipa do Rei. Como escreveu o Notícias de Guimarães de 20 de Setembro de 2002, "com Nuno Assis a jogar nas costas do ponta de lança, Pedro e Hugo Cunha, no centro do terreno de onde desenvolviam diagonais no sentido de baralhar os setubalenses" tudo correria na perfeição. Assim, o Vitória aos 16 minutos da partida, já vencia por duas bolas a zero, graças a um bis de Romeu que começou a temporada em grande, com quatro golos nos três primeiros jogos.
Os setubalenses haveriam, contudo, de reduzir já na segunda parte, tentando no tempo de jogo remanescente o empate que não haveriam de conseguir. Em três jogos a equipa de Inácio somava nove pontos e parecia demonstrar ter estofo para altos voos.
Porém, o final do jogo não teria nota pacífica. Agastado pelas palavras de Diamantino Miranda, comentador da Sport TV nesse jogo, que defendera que o empate era o resultado mais justo e que o Vitória não houvera merecido triunfar, Inácio não foi de modas. Ora atentemos: " - Um bom comentador não toma partido, comenta apenas o que vê. Ele disse que o Vitória de Guimarães não merecia vencer, nem o Vitória de Setúbal devia perder. Eu uso óculos, esse senhor também, mas os meus têm a graduação certa. Foi um comentário feio, porco e mau. Se ouvir o que digo, então o Vitória será campeão. Se olhar para o que ele faz, fico no desemprego." Arrasador, tal como houvera sido o arranque do campeonato vitoriano!
