A temporada de 1970/71 acabara de forma miraculosa. O Vitória penara, sofrera, mas salvara-se da despromoção com dois triunfos agónicos no, então, Municipal, por uma bola a zero e com um miraculoso empate nas Antas.
Por isso, para o ano seguinte, era importante reestruturar, reformular, rejuvenescer a equipa da década de 60 que tantas alegrias houvera dado, mas que se encontrava em fim de validade. Para levar a cabo essa missão foi escolhido como treinador Mário Wilson, proveniente do Tirsense e que tinha como missão recolocar os Conquistadores nos lugares mais altos da tabela classificativa.
A primeira das 193 partidas que o principal treinador da década de 70 vitoriana enfrentou foi a 12 de Setembro de 1971, ficando para a história a primeira equipa utilizada pelo Velho Capitão como treinador dos Conquistadores para enfrentar o Barreirense: Rodrigues; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Osvaldinho; Custódio Pinto, Artur, Hélder Ernesto; Jorge Gonçalves, Tito e Ibraim.
Assim, segundo o Notícias de Guimarães de 18 de Setembro de 1972, frente a um adversário algo frágil, "realce-se, porque é verdade, a denúncia de processos novos no Vitória." Novidades essas que passavam pela renovação da equipa e pelo novo treinador, ainda que "se Wilson tem influência no processo estratégico que a equipa já denuncia, também os elementos de que passou a dispor são ajuda preciosa."
A confirmar isso, o herói daquela tarde de Domingo seria um estreante avançado contratado ao União de Tomar. De seu nome Tito, apontaria os dois tentos do triunfo vitoriano, o primeiro a fechar a primeira metade e o segundo a abrir a complementar. O herói daquela tinha estreia de sonho, ao apontar os dois golos do triunfo, levando a imprensa a considerar que " é o ponta de lança que o Vitória não possui desde há muito tempo. "
Era um novo Vitória alicerçado na mente de um novo treinador e nas asas de um goleador que surgia...