COMO MANUEL PINTO REJEITOU O PORTO, REFUTANDO A SUA INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA, PARA AJUDAR O VITÓRIA A FAZER UMA DAS SUAS MAIS HISTÓRICAS TEMPORADAS... GRAÇAS A UM VITORIANO A JANTAR NUM RESTAURANTE DE SANTO TIRSO.


Estávamos no final da temporada 1967/68...

O Vitória, sob o comando de Juca, não houvera realizado um campeonato de excepção, mas alguns jogadores, a título individual, haviam demonstrado capacidades acima da média. Entre eles, estava o defesa Manuel Pinto que houvera chegado a Guimarães proveniente do Benfica no negócio de Pedras e de Augusto Silva para se afirmar como o incontestado líder do último reduto vitoriano.

Atento as suas boas exibições, chamaria a atenção do FC Porto no final dessa época. Segundo o próprio Manuel Pinto, em entrevista ao jornal do Vitória de 31 de Outubro de 2000 "jantei com eles em Santo Tirso (Pedroto e o director de futebol portista, Flávio Amorim) e já estava tudo assente para que assinasse pelo F C Porto."

A oferta essa era faraónica para a altura e para as possibilidades do Vitória: 600 contos, que, segundo ele, "Recordo-me que estavam a construir uns apartamentos no Campo da Feira e com o valor do contrato, até disse ao Pedroto que com esse dinheiro ia comprar três apartamentos, porque cada um custava 200 contos e o Pedroto disse que eu fazia muito bem."

Porém, por um acaso do destino tudo mudaria... naquele restaurante tirsense estava um vimaranense e adepto do Vitória, que, de imediato, contou o sucedido à direcção do clube.

Chegado a Guimarães, o patrão de Pinto q na empresa Premali, Adelino Sampaio convidou-o a jantar no Vira-Bar. De imediato, perguntou-lhe se ia assinar pelo Porto e "como eu gostava muito do meu patrão e não tinha segredos para ele, disse-lhe que sim e acrescentei que a ida para o Porto era a minha independência."

Apesar do seu patrão tentar refutar esses argumentos, a verdade é que na entrada do restaurante, já o empregado da secretaria do Vitória à data, o Sr.Dias já esperava pelo jogador com a minuta do contrato para ele assinar, prolongando a sua permanência nos Conquistadores. "Na sala estavam, para além de mim e do meu patrão, Sr. Adelino Sampaio, o Minchas, o Sr. Damião Silva e o Sr. Júlio Martins que era o dono do restaurante e director do Vitória."

Depois de muito pressionado, o defesa cederia... ficaria no Vitória com o emprego garantido na empresa onde já laborava. Posto isto, "chamaram o sr. Dias e eu assinei pelo Vitória."

E, naquele momento, terá o Vitória começado a preparar uma das mais inesquecíveis temporadas da sua história, a de 1968/69. Com o líder de uma defesa coriácea presente...

Nota: Manuel Pinto, capitão vitoriano, posa na fotografia com o seu irmão Custódio, também, ele atleta do Vitória.

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