Como já aqui escrevemos, durante algum tempo foi tradição o presidente da Câmara ser o presidente da assembleia-geral vitoriana.
Na verdade, foram 4 os presidentes da autarquia que lideraram o órgão mais relevante dos que fazem parte dos corpos sociais, conferindo-lhes uma dignidade superlativa, mas, ao mesmo tempo e estrategicamente, vinculando a edilidade às debilidades dos associados. Falamos de José Maria Castro Ferreira, João Mendes Ribeiro, Bernardino Abreu e António Xavier que desempenhou essas funções entre 1980 e 1993, tendo sido líder da autarquia durante parte desse período. Realce, ainda, para em 1983, Manuel Ferreira, então líder da oposição, ter sido candidato na lista de Armindo Pimenta Machado, que perdeu as eleições para o seu primo e, já, presidente, António.
Chegados ao acto eleitoral de 1994, Pimenta Machado, que se preparava para se candidatar a um novo mandato, convidou António Xavier, o presidente da Assembleia-Geral desde que assumira a liderança do clube em 1980. Seria, contudo, surpreendido pela sua recusa!
Tendo que prosseguir por um plano B, Pimenta falou, de imediato, com António Magalhães, já líder autárquico sobre quem deveria preencher o lugar e se este estava disposto a assumir o cargo. Procura o presidente do Vitória não criar um conflito institucional, atendendo a essa tradição vitoriana de convidar o líder camarário para esse cargo.
Porém, Magalhães haveria de rejeitar o convite, alegando existirem vitorianos com maior passado, capazes de preencherem de modo mais eficaz o lugar, atendendo o seu conhecimento dos sócios do clube e com possibilidades de serem mais respeitado como tal.
Atento a esse facto, Pimenta apostou num, ainda, jovem médico, José Cotter, rompendo de vez com a anterior tradição vitoriana. A partir daí, mais nenhum presidente da câmara exerceria essa nobre função, a de conduzir as reuniões magnas dos sócios.
Naquele momento, Magalhães revolucionava o modo de agir dos líderes vitorianos...