COMO (A FALTA DE) OBRAS NO ESTÁDIO LEVOU À DEMISSÃO DA DIRECÇÃO, MAS ACIMA DE TUDO AO REFORÇO DA POSIÇÃO DO VITÓRIA...

Estávamos no início de 1966...

O Vitória fora obrigado no ano anterior a mudar-se à pressa para o Estádio Municipal, atento a determinação governamental da obrigatoriedade de receber os adversários que possuíssem recintos relvados, em iguais circunstâncias.

Porém, como já escrevemos, o estádio era, infelizmente, quase um esqueleto do que se pretendia, com camarotes rudimentares, uma pequena bancada e com os jogadores a terem de se equipar na Amorosa e empreenderem uma caminhada rumo ao rectângulo de jogo. Urgia, por isso, que fosse realizada a conclusão do empreendimento, sendo que tal responsabilidade cabia à autarquia.

Todavia, a bomba haveria de estourar! A Direcção vitoriana, liderada por Manuel Cardoso do Vale e contando com nomes incontornáveis na centenária história do clube como Antero Henriques da Silva, Domingos Trocado Ribeiro, Hélder Rocha, Fernando Roriz, Altino Dias Pereira, Alberto Magalhães e Sousa, Celso Machado ou Belmiro Jordão, apresentava a demissão dos seus cargos.

A justificação para tal inesperada decisão era explicada em comunicado publicado no jornal Notícias de Guimarães de 09 de Janeiro de 1966. Este aludia que "o Plano de Actividades da Câmara Municipal de Guimarães, divulgado através da Imprensa, revelou sem margem para dúvidas que não existe da parte do Município vimaranense a intenção de dar continuidade breve e satisfatória às obras do Estádio Municipal de Guimarães."

Tal levava a que a "Direccção do Vitória Sport Clube, não se sentindo estimulada a prosseguir o esforço desenvolvido em favor de uma obra que tem como finalidade única o prestígio da Terra, deliberou, atendendo ter terminado o seu mandato em 31 de Dezembro de 1965, renunciar aos seus cargos." Assim, solicitava que o presidente da Assembleia Geral convocasse o Conselho Geral do Clube, de modo a indicar os presidentes dos órgãos sociais para 1966.

Porém, no decurso da reunião deste, tudo mudaria. "Auscultadas (...) opiniões, o Presidente da Assembleia-Geral teve, então, uma valiosa intervenção, onde propôs um voto de confiança e louvor à actual direcção, acrescentando que à próxima Assembleia Geral deveria ser levada a expressão do mesmo voto, bem como o desejo da sua recondução na gerência dos destinos do Vitória." Contudo, mais do que isso, "sugeriu ainda que o Conselho Geral, investido em comissão, expusesse a situação ao Município e aproveitasse todas as oportunidades para, colaborando com a Câmara, se conseguisse dos poderes públicos aquelas ajudas indispensáveis para a conclusão das obras do Estádio.”

A luta para a conclusão das obras, de modo ao Vitória ter um recinto com todas as condições, saía fortalecida...

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