COMO EM BRAGA, UM GOLAÇO DE QUIM BERTO RECOLOCOU O VITÓRIA NOS TRILHOS DA EUROPA...

Aquela temporada de 1996/97, a nível de campeonato não estava a decorrer dentro do esperado. Na verdade, apesar dos jogadores vitorianos terem conseguido dobrar uma das equipas que, na altura, era das mais fortes do futebol europeu (o Parma), a verdade é que o campeonato estava a caminhar aquém das expectativas.

A confirmar isso, a série de oito partidas sem vencer para todas as competições, que foram conducentes à eliminação da Taça UEFA, ainda que injusta e imerecida, perante os belgas do Anderlecht e pior do que isso a um perigoso resvalar na tabela classificativa da Liga Nacional.

Por isso, com as sirenes a soarem todos os alarmes, Pimenta Machado reforçou a equipa. Foram contratados o lateral esquerdo e internacional belga Patrick Vervoort e os suecos Fredrik Söderström e Marco Ciardi. O Vitória procurava reformular-se, acreditando, igualmente, que o, também, recém-chegado médio ofensivo sérvio, Branco Milovanovic, como contrapartida da venda de Nuno ao Deportivo, pudesse ser a mais-valia para o arranque rumo a mais um apuramento europeu.

Assim, a equipa começou a reentrar nos trilhos, destacando-se o triunfo em casa perante o Benfica, graças a um golo de Quim Berto e que haveria de custar o lugar a Paulo Autuori. Tal, além de reabrir boas perspectivas para o que restava da época, servia, igualmente, para dar alento aos Conquistadores para o desafio frente ao SC Braga, no Primeiro de Maio, na jornada seguinte.

Estávamos a 26 de Janeiro de 1997 e o Vitória entrava em campo com Neno; José Carlos, Vítor Silva, Arley, Quim Berto; Marco Freitas, Vítor Paneira, Branko Milovanovic; Capucho, Gilmar e Marco Ciardi, num jogo, que segundo o Notícias de Guimarães, "foi difícil e nem sempre foi bem jogado, mas sempre que houve futebol do melhor esse foi praticado pela equipa vimaranense".

Assim, "a equipa vitoriana exibiu-se categoricamente, dominou o jogo e no final da primeira parte podia ter a questão arrumada", muito por culpa do extraordinário golo de Quim Berto que com um potente tiro bateu o guardião Rui Correia, levando ao delírio os muitos adeptos do Vitória que estavam no recinto.

A segunda parte, essa, seria uma verdadeira cartilha de princípios do treinador do clube. Com efeito, "a equipa de Jaime Pacheco levou os bombos e os violinos para tocar a música como lhe era exigido".

Música essa que na segunda metade teria a sua parte mais melodiosa, quando Branko Milovanovic apontou o segundo tento dos Conquistadores, depois de um cruzamento de Gilmar. Um momento que "excitou os adeptos locais e também perturbou o árbitro que logo a seguir (indevidamente) mostrou amarelo a Arley e até entendeu que já lhe tinha mostrado outro e por isso apresentou-lhe o vermelho mas depois arrependeu-se e veio com a palavra e atitude atrás".

O Vitória estava mesmo em retoma...

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