COMO EDUARDO FERNANDES AVANÇOU PARA ENFRENTAR PIMENTA QUANDO NÃO ERA ESPERADO...


 

Estávamos no início de 1988...

No Vitória avizinhava-se mais um acto eleitoral, ao qual, atendendo ao estado de graça que ia vivendo, se sabia que iria contar com o presidente em exercício, Pimenta Machado.

Porém, uma pergunta colocava-se com insistência: será que iria ter oposição, depois de no antecedente sufrágio ter concorrido sozinho?

Assim, surgiam no período pré-eleitoral dois nomes desejosos de se apresentarem a votos. Falamos de Joaquim Garcia, industrial de Joalharia da empresa de Pevidém Garcia Joalheiro parecia certa, ainda que carecesse de nomes para o acompanharem à Assembleia Geral e ao Conselho Fiscal... o que veremos, posteriormente, matou-lhe o sonho de ser presidente do Vitória.

De Pevidém, também, surgia outro nome...e este fortíssimo no seio dos vitorianos. Referimo-nos a António Rodrigues Guimarães, um empresário têxtil, que fora presidente do Vitória na década de 70, tendo, inclusivamente, como Presidente-Adjunto, Pimenta Machado. Além disso, estivera em destaque nas eleições que existiram entre o, então, presidente e o seu primo, Armindo, ao demitir-se do cargo de Presidente do Conselho Vitoriano, bem como todos os restantes membros do órgão. Apesar dessas divergências garantira ao presidente do Vitória falar com ele caso decidisse avançar, numa prova de lealdade, digna do cavalheiro de outros tempos que era.

Porém, num golpe de teatro, não seria algum deles a desafiar Pimenta nas urnas. Garcia não conseguiria encontrar membros para integrar no seu projecto e Rodrigues Guimarães assumiria que só ia avançar caso não surgissem outras candidaturas. E esta já existia...

Era a de Eduardo Fernandes, vendedor de equipamentos de escritório, que integrara a Comissão Política do CDS presidida por José Alberto Costa e fazia, também, parte da Associação de Ciclismo do Minho. A acompanhá-lo na Assembleia-Geral estava Adão da Silva e no Conselho Fiscal Manuel Roriz Mendes. Afirmavam que tinham como objectivo "entregar o Vitória a quem pertence: os sócios."

A justificar a decisão de avançar "porque é um dever que me assiste enquanto associado do clube, porque entendo que(...) vou ao encontro das pretensões do actual presidente (...) que dizia não compreender como é que num concelho com 200 mil habitantes e num clube com 12 mil sócios, não surge ninguém que chamasse a si a pretensão de gerir os destinos do Vitória."

Mas, mais do que isso, "porque estou em pleno desacordo com certas situações que se verificam na gestão deste clube e com as quais não pactuo de maneira alguma. Especificando, direi que me choca a não transparência e a falta de lisura que norteiam os actos da actual Direcção, que é antes fértil em cozinhados, como ainda recentemente aconteceu com a sua recandidatura aos corpos directivos do Vitória."

Seria o tiro de partida para um período eleitoral aguerrido e intenso, mas que Pimenta venceria... como sempre sucedeu nos actos eleitorais em que participou!

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