Terá sido uma das estreias mais belas que um jogador vitoriano viveu...
Uma estreia de nível superlativo, capaz de entrar na história e na eternidade.
Custódio Coelho chegou a Guimarães na temporada de 1948/49 proveniente do Montijo, clube da sua terra natal.
De habilidade distinta dos demais, daria nas vistas numa deslocação do seu clube a Braga, para defrontar o Sporting local, onde, como escreveu a Revista Stadium a 30 de Novembro de 1949, "a sua desenvoltura chamou a atenção dos directores do Vitória de Guimarães que viram nele um elemento à altura de satisfazer as necessidades da sua turma." Assim, seriam encetadas as negociações, com o treinador Alfredo Valadas a intermediá-las, fazendo com que fosse reforço dos Conquistadores.
Estreou-se de "V ao peito", como o Vitória usava naquele tempo, a 19 de Setembro de 1948, frente ao Estoril. Seria uma arrancada "à Toscano", para que os mais novos possam perceber o seu feito. Com efeito, a equipa composta por Machado; Francisco Costa, Ferreira; Curado, Armando Ramos, Jorge; Teixeira da Silva, Miguel, José Brioso, Custódio e Franklim triunfaria por quatro bolas a uma,... merecendo especial destaque o hat-trick apontado pela nova contratação no espaço de 50 minutos, entre os 3 e os 53 minutos.
Uma estreia de sonho de um homem que marcaria oito golos em cada uma das duas temporadas em que actuou no Vitória, antes de rumar ao Barreirense.
Na entrevista mencionada, deu a conhecer um prazer que, nesse dia, tornou-se pouco secreto: "A propósito, vou fazer-lhe uma confidência. De todos os clubes com que tenho jogado e venho a jogar, calcule qual é o que mais ganas tenho de vencer, porque sinto uma satisfação enorme? O Sporting de Braga. É por esta mesma razão que o reverso da alegria, a tristeza, me deixou o seu rastro travado na alma, quando perdemos por 5 a 0 no campo da Ponte, contra essa equipa, no prélio travado na Taça Preparação desta época. Jogamos praticamente com 9 homens..." Ninguém diria que tinha nascido no Montijo!