COMO AUGUSTO SILVA, UM DOS MAIORES NEGÓCIOS DA HISTÓRIA DO VITÓRIA, ESTEVE QUASE A FUGIR PARA O PORTO... SÓ NÃO O FAZENDO PARA NÃO MAGOAR O SEU TIO E PELOS BONS VALORES QUE ESTE LHE TRANSMITIRA!

O negócio de Augusto Silva, conjuntamente com o de Pedras, ambos vendidos ao Benfica, foi uma das maiores transacções da história do clube. Um acordo que permitiu ao Vitória superar todos os engulhos financeiros que ia vivendo e, através dos jogadores cedidos pelos encarnados, reestruturar uma equipa que durou quase uma década.

Porém, por pouco, o talento interior direito poderia ter sido sinónimo de falhanço no Vitória... de traição!

Com efeito, o jovem que veio muito pequeno para Guimarães para ficar ao encargo do seu tio, Silva, que era o guardião das redes vitorianas e que, como escreve a revista Ídolos, "pretendia olhar pelo rapaz e proporcionar-lhe um modo de vida em Guimarães para que o Augusto se fizesse um homenzinho e ao mesmo tempo para aliviar o irmão e a cunhada daquele traste", já que no fundo "adorava o sobrinho irrequieto, ladino e travesso e - de facto - pensava fazer dele um homenzinho".

Terão sido esses os valores que fizeram com que não fugisse do Vitória... sob o patrocínio de "um vimaranense amigo da onça (e também do Futebol Clube do Porto) o levou de fugida à capital do Norte, apresentando-o ao treinador José Valle", que, futuramente haveria de ser, também, técnico dos Conquistadores.

Aí, ao lado de nomes como Hernâni, Carlos Duarte ou Monteiro, depois de lhe terem pago a viagem e a estadia, faria um treino de excepção, ao ponto de convencer os responsáveis portistas para avançarem para a sua contratação. Porém, o seu tio Silva não falhara nos valores que lhe transmitira. Assim "o remorso de estar a atraiçoar o tio - e o Vitória - foi mais forte e, não obstante, as promessas que lhe segredavam, evadia-se e regressava a Guimarães.”

Para se tornar numa das estrelas mais cintilantes do início da década de 60, para marcar o golo que garantiu a manutenção dos Conquistadores na Primeira Divisão frente ao FC Porto e para rumar ao Benfica, onde não seria feliz por causa de um AVC que lhe arruinou a carreira... mas, o vitorianismo esse jamais morreu. Bastará lembrá-lo em 1991, em Mira d' Aire, com uma bandeira enorme na mão, a apoiar a equipa de juniores que se sagrou campeã nacional! Porque os valores do clube do Rei, quando bem passados, jamais esmorecem...

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