Estávamos na temporada de 1935/36.
O Vitória, pela primeira vez, participava no Campeonato Nacional da II Divisão, única prova nacional que a Federação Portuguesa de Futebol permitia que os representantes minhotos integrassem.
Assim, calharia num grupo, do qual também constava o Atlético de Coimbra, a Oliveirense e o Leixões.
Seria a deslocação a Matosinhos que ficaria na história. Depois do jogo na data inicial, em Guimarães, ter sido interrompido devido ao mau tempo, seria repetido a 22 de Março de 1936 em Matosinhos.
De modo a que a equipa não actuasse sem o apoio dos seus adeptos, a direcção do Vitória resolveu agir. Assim, como escrevia o Notícias de Guimarães de 15 de Março de 1936, "conseguindo a Direcção do grupo vimaranense um comboio especial, ao preço económico de Esc. 10$00, ida e volta com regresso a esta cidade às 19 horas precisas, de esperar é que todos os desportistas vimaranenses acompanhem com entusiasmo o seu grupo, correspondendo assim aos esforços da digna Direcção do V.S.C., pois, com toda a boa vontade que a anima, procura ir ao encontro dos que desejam acompanhá-lo mais de perto nos seus triunfos." Acrescente-se que o bilhete deveria ser comprado na Casa das Gravatas sita no Toural.
Porém, como, infelizmente, tantas vezes tem sucedido, o apoio de quem mais ama o Vitória não seria suficiente. A equipa seria derrotada por uma bola a zero, ainda que o Notícias de Guimarães de 29 de Março de 1936, reconhecesse que "foi uma derrota que não assombra.... Perder pela tangente fora de casa, em meio estranho, é façanha que não desdoura qualquer, mesmo que, tal resultado seja conseguido em competição de campeonato e em disputa duma final." Ainda assim, "reconhecem, todas as críticas dos jornais diários, o bom jogo do team vimaranense na primeira parte do encontro." Não chegou, contudo, para prosseguir na prova...