COMO AQUELE JOGO COM O VIZINHO QUE ACABOU, PROVAVELMENTE, EM PACTO DE CONCÓRDIA E DE NÃO AGRESSÃO!

A temporada de 1987/88, no que a campeonato tange, fora uma desilusão.

O Vitória, depois do excelência com Marinho Peres, fizera um percurso errante, consubstanciado em vários maus resultados e em três treinadores: René Simões, António Oliveira e José Alberto Torres que teria a missão de conduzir a equipa nos derradeiros jogos.

Entre estes, esteve aquele jogo, em que em vez da intensa rivalidade que norteou as relações entre Vitória e SC Braga, os dois clubes quase, num pacto tácito, resolveram assinar um pacto de concórdia, de não agressão que pudesse salvar ambos de uma queda no indesejável cadafalso da segunda divisão, numa temporada em que deveriam ser despromovidas seis equipas.

Assim, naquele dia 02 de Junho de 1988, uma Quinta-feira vespertina, em desafio a contar para a penúltima jornada de uma maratona de 38 contendas, o Vitória entrou em campo com Jesus; Costeado, Miguel, Tozé I, Nascimento; Carvalho, Adão, N´Dinga; N'Kama, Ademir e Décio António, para um jogo que começou dez minutos para além da hora aprazada. Como escreveu o Notícias de Guimarães de 10 de Junho de 1988, "o Vitória-Braga sempre se chamou derby minhoto mas desde um célebre jogo no velho campo da Amorosa nos primeiros anos da da década de 50, terminado com o resultado de 3-2 que o confronto entre estas equipas não era tão decisivo. Nenhuma podia perder e o empate..."

O Vitória, por isso, fez uma primeira parte de compêndio, como, provavelmente, mostrando o que raramente mostrara nessa temporada. Por isso, o fabuloso golo de Adão aos 37 minutos da partida fez com que os vitorianos rejubilassem, mas, acima, de tudo, respirassem de alívio.

Na segunda parte, contudo o adversário seria capaz de reagir, conseguindo o empate a cinco minutos do fim, num resultado que, atendendo aos que sucediam em outros campos onde actuavam equipas envolvidas na mesma luta, agradava a ambos os contendores minhotos.

" Depois do empate, a cinco minutos do fim, então sim, assistimos a algo de feio em campos de futebol, um anti-jogo praticado pelas duas equipas. Feito de uma forma pouco académica, mas apenas ditada por factores que, face aos resultados nos outros campos, convinha aos dois conjuntos. Talvez houvesse outra forma de contenção do jogo, mas os nervos e a ansiedade pelo apito final provocaram aqueles espectáculo negativo." Um espectáculo negativo, consubstanciado por ambas as equipas a trocarem a bola entre os seus jogadores no seu meio campo, sem oposição ou pressão dos dois contendores, na certeza que preferiram não correr riscos e nem fazer o "querido" rival de uma vida passar por dissabores...

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