A GUERRA ENTRE PORTO E BENFICA POR ADEMIR, A ESTRELA MAIOR DO VITÓRIA, E COMO PIMENTA NEGOCIOU COMO E COM QUEM QUIS, "SEM VASSALAGEM"!

Ademir, durante duas temporadas, despertara atenções de Rei ao peito. Mais, todavia, na temporada de 1987/88, em que sem os golos de Paulinho Cascavel, teve de ser uma espécie de "faz tudo" no futebol dos Conquistadores....

Por essa razão, no final dessa temporada, que coincidiu com a quarta vez que o Vitória disputou a final da Taça de Portugal, ainda que a estrela não jogasse a partia decisiva frente ao FC Porto, e com um término de campeonato agónico com reais receios de descida de divisão, tornou-se objecto de desejo para emblemas com outras potencialidades financeiras. A disputá-lo, de modo acirrado, estavam Porto e Benfica, ansiosos de renovarem o seu plantel e vendo em Ademir uma peça chave nesse processo.

Por isso, entraram em guerra, envolvendo o presidente do Vitória na contenda, que teve mesmo de vir a terreiro afirmar que "a direcção do Vitória está à vontade para decidir o destino de Ademir, pretendido pelo Benfica e FC Porto."

Com efeito, no auge da batalha, alegavam os portistas que Pimenta houvera prometido o jogador a ambos, já que "segundo o presidente do FC Porto, em 19 de Maio, uma Quinta-feira, Pimenta Machado jantava com ele e garantia-lhe a aquisição do jogador.

No Sábado seguinte, 21 de Maio, o Vitória jogava na Luz com o Benfica, e segundo Pimenta Machado terá sido o comportamento do Benfica na forma de receber o Vitória que terá levado a Direcção vitoriana a rever a cedência do jogador. Só que dois dias antes tinha-o cedido ao FC Porto."

Assim, o presidente vitoriano teve de lançar um comunicado em que imputava "a responsabilidade do imbróglio Ademir, não só ao SL Benfica, como ao FC Porto, e isto porque, num primeiro momento temporal, o SL Benfica, em virtude da postura tida, não possibilitou a realização da prestação devida ao Vitória Sport Clube, aliás, conforme o SL Benfica, por documento, mais tarde reconheceu, o que deu azo às negociações com o FC Porto, cujo epílogo foi prejudicado, não só pela recusa pública do próprio atleta Ademir, mas também pelas expectativas criadas pelo presidente da direcção do FC Porto, na presença do director do futebol e, mais tarde, defraudadas quanto à cedência dos seus jogadores Zé Beto, Bandeirinha, Quim e Vermelhinho."

Por isso, deixava expresso não ser possível manter com a direcção por si presidida qualquer relação que não fosse presidida pelo respeito mútuo e "nunca, em circunstância alguma" relações de vassalagem ou de submissão."

Ademir assumia assim o sonho encarnado e Pimenta desiludido pela não cedência dos quatro jogadores azuis e brancos, encaminhá-lo-ia para o Benfica e recebendo em troca um amor sempre existente chamado Neno e um avançado que houvera feito duas temporadas de bom nível na Luz, Chiquinho Carlos de seu nome.

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