Estávamos em 1994/95...
O Vitória, orientado por Quinito, jogava futebol champagne. Comandado pelo inigualável génio de Pedro Barbosa, deixava em palpos de aranha qualquer adversário.
Prova disso, o facto de ter ganho, plena de autoridade e de beleza na Luz, por três bolas a uma, num recital de futebol total, de combinações mágicas, de momentos sublimes... era a primeira vez que uma equipa vitoriana triunfava no terreno do Benfica e isso soltou toda o entusiasmo.
Na semana seguinte a esse momento, cabia aos Conquistadores receber o FC Porto. Um jogo que começou muito para lá da hora, devido a acontecimentos inesperados!
Na verdade, ainda antes da partida principiar, a claque portista invadiu o campo para provocar os adeptos do Vitória. Como quem não se sente não será filho de boa gente, estes responderam, repelindo a agressão. Sucedeu-se uma série de confrontos, que, pela falta de polícia, degenerou numa rixa de proporções épicas.
Por isso, o jogo começou atraso, com os atletas de ambas as equipas a entrar em campo de mãos dadas. Durante os 90 minutos, o Vitória seria o que foi naquela época: apaixonante, imprevisível, ofensivo, mas, um tanto ou quanto perdulário, em especial, nesse dia, Pedro Barbosa em noite não no que a alvejar a baliza dizia respeito.
Assim, os Conquistadores foram derrotados por uma bola a zero. No final da partida, Pimenta Machado, em jeito de rescaldo do sucedido, disse que “todos vêm que estamos em obras. Mas há vedações, só que há pessoas que se diferenciam dos índios, apenas por não terem penas na cabeça.”
Para a ribalta (sem ser no plural) saltou uma jovem portista que invadiu o campo. Anabela de seu nome, dedicou o seu tempo a fazer manguitos e piretes aos vitorianos. Foi, passados 28 anos, presa preventivamente, por liderar uma quadrilha que se dedicava a assaltar transportadores de cervejas e bebidas na Ribeira!