AQUELA CABAZADA INIGUALÁVEL AO BOAVISTA...

Oito! 8! Leram bem... sim, foi esse o resultado do lauto festim com que o Vitória se deleitou naquele 06 de Abril de 1947, dia da Páscoa desse ano, frente ao Boavista.

Com efeito, os desafios entre Vitória e o clube portuense terão, sempre um potencial único para entrarem na história. Seja pela importância da contenda, seja pela arbitragem, seja pelos desentendimentos entre adeptos, a verdade é que as partidas entre Conquistadores e axadrezados são sempre seguidas com uma atenção superlativa.

Assim, depois de ter vencido o derradeiro campeonato regional da história disputado nesse ano, o Vitória apurou-se para a prova nacional onde fez campeonato tranquilo, posicionando-se no oitavo posto entre catorze participantes.

Porém, a meio do campeonato, um jogo entrou nas mais deliciosas memórias dos adeptos do Clube do Rei pelo resultado e pelo adversário, já na altura um dos maiores rivais vitorianos: o Boavista.

Nesse dia, na Amorosa os Conquistadores recebiam o adversário portuense na partida referente à segunda jornada da segunda volta do campeonato, depois de no Bessa já terem vencido por duas bolas a uma.

Mas, nessa tarde, tudo ainda seria melhor. A alinhar com Machado; João, Curado; Rebelo, Luciano, José Maria; Alcino Brioso, José Brioso, Franklim, José da Luz e Joaquim Teixeira, o conjunto vitoriano foi de uma excelência inigualável... aplicando oito (8!) tentos sem resposta ao adversário.

Segundo, o Notícias de Guimarães, "O Vitória, que há muito já não jogava em casa senão em terreno encharcado, pôde demonstrar aquilo que é capaz de fazer, quando verdadeiramente quer, em campo propício à prática do futebol."

Assim, logo aos seis minutos, um remate "longo e feliz" de José Maria abriu as hostilidades, para José Brioso, aos trinta minutos, ampliar a vantagem vitoriana. Contudo, o verdadeiro recital de futebol ocorreria na segunda parte do desafio, sendo encetado no primeiro minuto desta etapa com novo tento de José Brioso. A partir daí, seria um festim... Teixeira aos 10 minutos da segunda parte, dois golos de Alcino Brioso, outro de Teixeira e, para acabar em beleza, um autogolo de um jogador axadrezado no último minuto, a pontuar um resultado inesquecível: oito golos sem resposta!

Por essa razão, na apreciação global à equipa, escrevia-se que o "Vitória esteve certo em todos os sectores, mostrando os vários elementos grande apego à luta e vontade firme de vencer". O pior viria depois, com apenas dois triunfos até ao final do campeonato (ambas em casa frente à Sanjoanense e ao Atlético) a impossibilitarem uma melhor classificação final.

Mas, aquele resultado merecerá ser sublinhado em cem anos de história...


 

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