sábado, 5 de outubro de 2024

A PASTELARIA PARISIENSE - UM LUGAR DE ENCONTRO DOS VIMARANENSES DE INÍCIO DO SÉCULO XX, NUM EDIFÍCIO SÍMBOLO DA ARTE DOS FINGIDOS

A fotografia que apresentamos data de 1915.

Apesar do Toural, então Praça D. Afonso Henriques, já ser o centro nevrálgico da cidade, a verdade é que muitos dos edifícios como os conhecemos não possuíam as mesmas funções de hoje.

Tal sucedeu no prédio onde hoje se situa o EMAJ Boutique Hotel que, curiosamente, é propriedade do antigo presidente do Vitória, António Pimenta Machado.

Um prédio que António Amaro das Neves, no seu blog "Memórias de Araduca, denominou de "a arte dos fingidos", já que "No Toural, há um edifício onde podemos observar os primores destas artes do engano, que nos fazem ver o que não existe. É o edifício que faz esquina com a Rua de D. João I, onde antes funcionou o Banco Nacional Ultramarino e, lá mais para trás, a conceituada Confeitaria Parisiense, de Domingos Vinagreiro & Filhos. Hoje é um hotel. Quem o encara, vê uma fachada de pedra lavrada, que lhe dá uma certa nobreza. Granito fino. Afinal, vendo mais de perto, percebe-se que, no revestimento da fachada, o granito genuíno apenas chegou para o rés-do-chão (e nem todo). Daí para cima, não é granito: dá-se ares. É uma obra, de boa feitura, da antiquíssima arte dos fingidos. Custa a crer que seja mentira." Trata-se, pois, de "imitações pintadas de materiais nobres (mármores, madeiras, lacas, etc.) aplicadas sobre rebocos, estuques, madeira. Em Guimarães, os fingidos foram extensamente utilizados no restauro da Colegiada da Oliveira da década de 1830, quando o rude granito do interior da igreja foi recoberto com madeiras e estuques decorados com marmoreados fingidos e douraduras. O restauro o início da década de 1970 removeu-os."

Porém, antes de ser adquirido pelo homem que foi presidente do Vitória, até 1982, teve funções bancárias, já que até essa data foi o balcão do Banco Nacional Ultramarino.

Contudo, antes disso, e no momento em que esta fotografia entrou para a eternidade, como escrevemos, era a Pastelaria Parisiense, uma das melhores da cidade. Propriedade de Domingos Vinagreiro, era ponto de encontro da nata da cidade, que se encontrava na sua esplanada para discutir os assuntos mundanos, numa altura em que o Vitória, ainda, não era objecto de apaixonadas conversas de café.

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