A DERROCADA DAS SALÉSIAS


Nem só de momentos felizes foi preenchida a história do Vitória.

Além das vitórias inesquecíveis, o que dizer das dolorosas derrotas?

Como aquela que sucedeu a 17 de Janeiro de 1943, nas Salésias, casa do Belenenses.

É verdade que era, apenas, o segundo ano que os Conquistadores actuavam no escalão maior do futebol nacional, mas haviam revalidado o título distrital e até tinham dado boa conta de si no jogo inaugural do Nacional frente ao Sporting no Benlhevai, tendo sido derrotados por quatro bolas a duas.

Por isso, como escreveu o jornal "Os Sports “nada fazia prever tão copiosa derrota dos vimaranenses". Porém, naquele dia de rara inspiração dos homens da Cruz de Cristo, aos cinco minutos o Vitória já perdia, Franklim, que haveria de ser posteriormente ídolo vitoriano, também, haveria de molhar a sopa, para se chegar ao intervalo a perder por cinco bolas sem resposta. A segunda parte ainda haveria de ser pior com Gilberto a marcar sete (!) golos fixando o resultado nuns aterradores doze a zero!

Segundo o mesmo jornal, a equipa composta por Machado; Lino, João; Castelo, Zeferino, José Maria; Laureta, Miguel, Alexandre, Ferraz e Arlindo, "deve ter jogado muito abaixo das suas possibilidades. Não é crível que a equipa vimaranense valha tão pouco como demonstrou. (...)

O próprio guarda-redes, que executara boas defesas, evitando ainda na primeira parte que o score subisse demasiadamente, desmoralizou-se por completo, permitindo alguns "goals" que em condições normais teria evitado."

O Vitória sofria uma dúzia de golos, ainda perderia por oito bolas a três em casa do Benfica, para espantar os maus-olhados com um triunfo por sete bolas a uma frente ao Leixões. Porém, esse ano, ainda traria a dolorosa derrota por catorze bolas a zero em casa do Unidos de Lisboa, na tarde negra do guarda-redes Nicolau.

Ainda assim, os Conquistadores, haveriam de terminar o campeonato no oitavo posto entre dez participantes.

Outros tempos...

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