Era a grande esperança para as balizas vitorianas no início da segunda década do século XXI.
Depois de ter dado nas vistas menino no clube da sua terra natal, o Pevidém, André Matos Dias Pereira chegaria quase de imediato ao Vitória. Era um passo que lhe abria as portas de um sonho de defender as malhas de um dos maiores emblemas nacionais.
André, que, também, era conhecido por Preto encetaria, nesse momento, um processo de ascensão que o levaria, inclusivamente, a ser internacional português entre os escalões sub-17 e sub-20, onde jogou com nomes como João Mário ou Ricardo Pereira e discutiu a titularidade com José Sá.
Por isso, quando foi formada a equipa B vitoriana seria com naturalidade que se tornou membro integrante do primeiro plantel secundário dos Conquistadores, ainda que não tivesse os minutos de jogo que esperava. Teria, contudo, provavelmente, o momento mais marcante da sua carreira, quando em Setúbal, frente ao Vitória local, após expulsão de Douglas, foi chamado a jogo, naquela que seria a única vez que defendeu a baliza da equipa principal do emblema que representava desde menino. Foram dez minutos, apenas, mas terão valido por uma vida...
A partir daí, esperou-se que pudesse afirmar-se como verdadeira alternativa a homens como Assis e, principalmente, Douglas, a grande referência das redes vitorianas por esses anos. Porém, André Preto jamais conseguiria ser aposta, ficando-se pelas cinco partidas no exercício subsequente.
Terá percebido aí que tinha de mudar de ares. E fê-lo para um local exótico, para a Índia, onde representou o Mumbai City, onde foi colega de equipa do sueco Freddy Ljungberg e do francês Nicolas Anelka. Uma experiência que foi para além do futebol, até pelo choque civilizacional que experimentou.
Também por isso, regressaria a Portugal para apostar nas divisões secundárias. Primeiro no Varzim, onde não passou da equipa B, e depois durante duas temporadas no Tirsense. Após isso, percebeu que era hora de regressar ao clube onde fizera as primeiras defesas, os primeiros mergulhos: o Pevidém. Aos Cavaleiros de São Jorge regressaria na temporada de 2017/18 com a equipa a disputar o Pro-Nacional da AF Braga. Era o (re)início de uma relação que começara em menino e que dura até aos dias de hoje. No Pevidém esteve com um pé na Liga 2 num magnifico percurso de desenvolvimento do clube, mas, verdade seja dita, também viveu o lado inverso da moeda com o regresso da equipa aos escalões distritais.
Hoje, ainda lá continua... com o sonho de continuar a voar entre os postes, a fazer defesas impossíveis. Nada de diferente do que realmente sonhava quando lá chegou naquela longínqua temporada de 2002/03!
