Aquela temporada de 1992/93, com Marinho Peres de regresso ao Vitória, não estava a correr pelo melhor, com a equipa a acumular desilusões sob a forma de resultados negativos. E, aquele jogo perante um adversário agigantado, em casa dele, não era o melhor para os Conquistadores onde pontificavam nomes como Paulo Bento, Tanta ou Dane darem a volta por cima.
Mas, um facto havia de decidir o jogo, tornando-o numa das raras alegrias da segunda passagem do inesquecível treinador dos Conquistadores por Guimarães.
Assim, já com as equipas nos balneários, a aprestarem-se para os exercícios de aquecimentos, os massagistas das duas equipas confraternizavam, partilhando experiências, ou como se costuma dizer, "a jogar conversa fora."
Até que do nada surgiu o director do futebol vitoriano, Jorge Folhadela. Falamos de um homem que se gostava de apresentar bem, com um bom fato ornamentado por uma gravata e com uma pasta na mão... não desempenhasse funções tão relevantes no clube
Tendo cumprimentado o funcionário do Vitória, tal levou a que o seu homólogo anfitrião questionasse quem era tão distinta personagem e que o levava a ser merecedor de tão reverencial cumprimento. A resposta faria com que o Vitória começasse a vencer o desafio naquele momento: " - Oh, nada demais! É um médico responsável pelo controlo anti-doping. Conheço-o, porque esteve a semana passada em Guimarães, a fazer exames aos nossos jogadores."
Segundo consta, a informação terá chegado aos responsáveis do clube da casa, que, alarmados, deixaram no banco de suplentes o número 10 da equipa, que tradicionalmente marcava golos ao Vitória, e o seu máximo goleador.
O Vitória acabaria por vencer por três bolas a uma... ainda que, no final do jogo, quando os responsáveis do adversário perceberam a marosca quisessem vingar-se do pobre do massagista. Sem sucesso, porém, já que a armada vitoriana defendê-lo-ia de males maiores... e o triunfo, esse, já estava do seu lado.
