Vivemos tempos estranhos no futebol português...
Tempos em que o desporto-rei deixou de olhar para todos os clubes. Pelo contrário, quem nele manda, para além de uma insaciável sede de protagonismo, tem em si um espírito revanchista acima da média... um espírito que impede de tratar todos por igual, numa Federação que deixou de ser de e para todos os clubes.
Já tínhamos alertado para isso, aquando do surreal prémio atribuído na Gala da FPF a uma equipa feminina que houvera ascendido à segunda divisão nacional. O Vitória, esse, com um trabalho metódico e bem alicerçado, que o fez ser campeão da Segunda Divisão, nem uma salva mereceu... mas, entende-se.... não apoiara os actuais órgãos vigentes da FPF, como se a democracia no futebol português fosse a auto-imposição de manter-se alinhado com os mais fortes, mesmo indo contra o que achamos melhor..
Este fim de semana, mais uma prova do despeito da FPF para com o Vitória. Quase a ocultá-lo a olhos curiosos. Na verdade, se da SportTV, na sua sanha de só olhar para quatro clubes nada se pode esperar (há um fenómeno semelhante nas rádios, o que nos faz pensar se a Taça de Portugal não tiver, pelo menos, um destes intervenientes, nem de uma nota de rodapé será merecedora, não é TSF?), o Canal 11, que parecia ser uma lufada de ar fresco no panorama nacional, tornou-se um órgão executor das sanções que o proencismo considera adequadas.
Só assim se entenderá que o jogo do Vitória frente ao União de Lamas não seja transmitido na televisão, no canal que se ufana de difundir o "puro futebol da Liga 3", as finais das associações distritais, o futebol feminino e até os sub-15. Porém, nessa febre futebolística, não consegue ter interesse em transmitir a quarta equipa com mais presenças no Campeonato nacional do escalão principal.
Uma verdadeira afronta, mas que nos faz pensar que os rancores de quem manda ainda estarão no início...e muito teremos de sofrer com o proencismo, capaz de atacar o Vitória em todos os terrenos, enquanto se senta à mesa, ufanamente, com quem lhe estendeu o tapete do poder.
