Não terá sido a primeira vez. Nem foi, certamente, a última.
Quantos jogadores ou treinadores que quando actuam com outras cores são merecedores de assobios e chegados ao Rei são capazes de a todos conquistar pela sua atitude, querer e vontade de vencer?
Sérgio Conceição, enquanto, treinador terá sido um deles!
Na verdade, a aposta na sua contratação terá sido um dos actos de gestão mais surpreendentes do consulado de Júlio Mendes... quase mais do que a aposta em Armando Evangelista que, na altura, não se encontrava preparado para dar o salto da equipa B dos Conquistadores para a principal.
Mais ainda, por na Assembleia-Geral referente à análise do Relatório e Contas de 2014/15, um sócio, no último ponto da ordem de trabalhos, nos 30 minutos referentes aos assuntos diversos, ter proposto ser deliberada a impossibilidade de alguma vez o técnico ser contratado pelo Vitória, atento as afirmações que proferira na temporada que findara, enquanto técnico do maior rival vitoriano.
Por isso, quando o seu nome foi aventado como possibilidade para substituir Evangelista, as ondas de choque sucederam-se. Porém, Sérgio, goste-se dele ou não, nunca foi homem de ter medo. De enfrentar o que lhe aparece pela frente com coragem, não tivesse a vido sido-lhe madrasta desde muito criança.
Assim, na conferência de imprensa começou a "marcar golos" ao referir uma entrevista que dera uns anos antes em Itália, a sua segunda pátria futebolística, em que assumira que um dia se regressasse a Portugal, só equacionaria jogar no clube que o projectou (o FC Porto) ou, então, no Vitória por considerar que o modo de ser da massa associativa se coadunava com os seus princípios e forma de viver o futebol. Por isso, assumia que "não podia dizer que não ao Vitória..."
Num ano difícil, ainda resgataria o orgulho vitoriano...porém, tal não permaneceria até ao final da temporada. Apesar disso, ninguém o poderá acusar de não ter dado tudo pelo Vitória, não fosse essa uma das suas imagens de marca!