A temporada de 1941/42 terá sido das mais gloriosas da centenária história vitoriana. Para além da habitual conquista do Campeonato Regional, o Vitória, pela primeira vez conseguiu chegar à Primeira Divisão, escalão que haveria de se revelar ser o seu habitat nacional.
Mas, além disso, na outra prova que ia apaixonando os adeptos de futebol portugueses, a Taça de Portugal, o conjunto orientado por Alberto Augusto haveria de ter um desempenho merecedor de aplausos, só sendo travado na final pelo, então, fortíssimo Belenenses.
Essa caminhada que teve momento mais marcante a eliminação do Sporting nas meias finais, teve o seu início contra um adversário fundado três anos antes, o Estoril Praia e que era o campeão da II Divisão. A alinhar com Machado; Lino, João; Castelo, Zeferino, José Maria; Laureta, Arlindo, Ferraz, Alexandre e Miguel, como escreveu o jornal Notícias de Guimarães de 28 de Junho de 1942, "os vimaranenses fizeram uma partida excelente, onde não faltou brio e vontade. Todos os sectores da equipa se entenderam se entenderam perfeitamente...", levando a um domínio declarado da partida e consubstanciado em golos.
Deste modo, a resistência canarinha duraria, apenas, dezoito minutos, altura em que na sequência de um canto cobrado por Laureta, o goleador Ferraz fez o primeiro golo. A partir daí seria o sinal da insaciabilidade vitoriana, com Arlindo e Alexandre a deixarem o resultado em três bolas a zero antes do intervalo. O mais difícil estava feito, e apesar do Estoril ter reduzido logo no início da etapa complementar, os tentos de Alexandre, o bis de Arlindo e o golo de Ferraz tiraram qualquer dúvida que pudesse existir... o Vitória ia estar na próxima ronda da Taça de Portugal, onde deveria enfrentar o Sporting de Espinho no recinto deste.
Como se concluía, "a punição que o adversário sofreu traduz bem a superioridade do Vitória revelada neste encontro...", sendo que, assim, era dado o primeiro passo numa epopeia histórica que só teria travão no derradeiro desafio, o da decisão do troféu!