COMO APRESENTAMOS MANOEL, PROVAVELMENTE, UM DOS JOGADOR MAIS INFORTUNADOS A VESTIR A CAMISOLA DO VITÓRIA...

Ser infeliz na passagem por um clube poderá fazer parte da vida de um jogador...

Mas, tal suceder por duas vezes com a mesma camisola não deverá ter sucedido a muitos. Mas, na verdade, foi o que aconteceu a Manoel, avançado contratado pelo Vitória, sob indicação de Paulo Autuori, na temporada de 2000/01.

Apesar de ter actuado no Vitória da Bahia, o seu passe pertencia aos, então, holandeses do PSV Eindhoven, bastando ler o Record de 05 de Junho de 2000, para se perceber o quanto o clube onde Romário e Ronaldo deram nas vistas, acreditava no seu jogador: " Emprestou sem opção de compra, para evitar a perda do jogador por valores potencialmente inferiores àqueles que num futuro próximo poderá render."

A apresentar o jogador, dizia-se que "Manoel está referenciado como uma promessa do futebol brasileiro. Aos 19 anos teve o seu momento de consagração quando foi considerado a revelação da Copa S. Paulo em juniores. Os olheiros do PSV ficaram entusiasmados e contrataram-no. Chegou ao clube em 1 de Fevereiro de 1998, e volvidos três meses de utilização na equipa secundária regressou ao Brasil para representar inicialmente o Internacional de Porto Alegre e posteriormente o Vitória da Bahia.."

Um reforço capaz de deixar os adeptos dos Conquistadores de água na boca, até pela sua autodescrição ao jornal do clube de 18 de Julho desse ano, em que dizia que "sou um jogador que sei distribuiu bem as jogadas, desmarco-me muito bem e sei fazer golos. Espero conseguir dar continuidade, ajudar acima de tudo os meus companheiros e fazer golos."

Por isso, prometia muito, mas começaria o seu contacto com o azar, logo, na primeira jornada desse exercício. No derby frente ao SC Braga, logo aos seis minutos da partida, sofreria uma violenta entrada por parte do defesa adversário, Artur Jorge, tendo de ser retirado de campo. Uma lesão assim descrita, no jornal do Vitória de 22 de Agosto de 2000, pelo médico vitoriano, Dr. Salazar Coimbra, que nessa noite fazia a sua estreia como médico do Vitória.: Sofreu uma pancada por trás do defesa do Braga, uma pancada que eu considero muito maldosa, ao ponto de provocar aquela lesão que o impossibilitou de continuar em jogo. Fez uma entorse no joelho direito."

Um tremendo azar que o faria estar parado quase quatro meses, só regressando à décima quarta jornada do campeonato, já Álvaro Magalhães era o treinador do clube. Haveria de marcar o seu primeiro golo pelo Vitória à décima sexta jornada, num empate a um frente ao Marítimo, na cobrança de uma grande penalidade, ainda que o jornal do Vitória de 09 de Janeiro de 2001, considerasse que "Parece um jogador muito apático, e sem causar perigo..." Ainda assim, concedia-se que "Foi com a sua saída que se provou o contrário.”

Num ano instável, com três treinadores, ainda marcaria um golo na derrota por três bolas a duas frente ao Beira Mar. Manoel abandonaria o clube no final da época para representar o Gil Vicente por duas temporadas, rumando ao Moreirense onde esteve outras tantas. Nestes dois emblemas marcou golos, mostrou técnica e capacidades para o tornarem uma mais-valia, que fez com que o Sporting o adquirisse no final da temporada de 2004/05.

Porém, apesar de ter feito a pré-época nos Leões não se afirmou na equipa principal, sendo dispensado. Imediatamente, o Vitória resolveu dar-lhe uma segunda oportunidade, levando a que o ponta de lança no dia da sua apresentação, dissesse que "Este é um regresso que me deixa satisfeito. Na anterior passagem pelo Vitória, uma lesão afastou-me da competição durante muito tempo, mas agora espero ter a oportunidade de triunfar". Um sonho tornado realidade, pois, o presidente vitoriano, Vítor Magalhães, admitiu ter tentado contratá-lo durante a pré-temporada, "mas a proposta do Sporting não nos deu qualquer hipótese, pois não podemos competir em termos financeiros com os grandes do futebol português".

Mais do que isso, dava a conhecer uma promessa que Manoel lhe fizera e que passava por apontar dez golos no exercício que estava prestes a começar. Novamente, os planos sair-lhe-iam furados. Depois de na sua primeira passagem pelos Conquistadores ter fugido à despromoção na última jornada, nesta não haveria como escapar dela. Da dezena de golos prometida, nem um surgiria para amostra. Manoel haveria de abandonar o Vitória, com a certeza que há sítios cujo o destino determina que nunca seremos felizes neles... e, infelizmente, para os vitorianos, o Clube do Rei foi esse local para o jogador!

Postagem Anterior Próxima Postagem