COMO HERNÂNI, O MENINO DO ATLÉTICO, CHEGOU AO VITÓRIA PARA SE AFIRMAR E GERAR UMA MAIS-VALIA FINANCEIRA LOGO A MEIO DO ANO DA SUA AFIRMAÇÃO...

Um talento descoberto no Atlético...

Foi com esta descrição que Hernâni chegou a meio da temporada de 2012/13 ao Vitória. Uma transferência em que o jogador, depois de ter passado pelo Cova da Piedade, Mirandela e o clube da Tapadinha, teve de conviver com a necessidade de actuar na equipa B dos Conquistadores, pois, como referir entrevista ao Expresso de 17 de Junho de 2023, teve de adaptar-se a "Ritmos de jogo, competitividade, se calhar não havia tanto tempo para pensar o jogo como na II liga. Havia muitas diferenças, por isso é que fiz muitos jogos pela equipa B, para ganhar um bocado essa bagagem que ainda não tinha. Fisicamente também não era um jogador muito forte, era franzino, tudo precisava do seu tempo. Precisava também de ganhar massa muscular e ficar um jogador mais preparado para o contexto da I Liga. Eles traçaram um plano para mim, ao nível da nutrição, do ginásio, etc.. Também estava a ter essas condições pela primeira vez."

Uma necessidade que o faria, apenas, disputar sete partidas na equipa principal dos Conquistadores, até ao início daquela temporada de 2014/15, já quando se tinha evidenciado com golos e assistências na equipa B a ponto da sua presença no conjunto principal dos Conquistadores ser impreterível.

Por isso, seria aposta naquele Sábado de Agosto, em Barcelos, naquela tarde em que os vitorianos ficaram da parte de fora do recinto em protesto contra o preço dos bilhetes praticados pelo Gil Vicente. Não poderiam ver uma extraordinária exibição de uma equipa onde começavam a despontar homens como Cafú, Bernard, Alex, Tomané e o protagonista destas linhas que assim descreveu o inesquecível momento: "... tenho a minha estreia a titular logo na primeira jornada, onde fiz dois golos, contra o Gil Vicente."

Seria a primeira de 21 partidas até Janeiro de 2015, altura em que sem contar, foi vendido ao FC Porto. Uma mudança que nem o próprio esperava, já que como confessou, "Nem tivemos tempo para conversar. Era o último dia de mercado e tínhamos jogado em Penafiel, voltámos, lembro-me de fazer um treino e estava a sair do treino quando o empresário ligou-me a dizer que tínhamos uma reunião. Entrei no carro, andámos, andámos, ninguém falava e eu sem perceber." Só haveria de perceber que algo de fora do comum estava a acontecer quando no horizonte vislumbrou o estádio do Dragão, ainda que só tivesse essas certezas no momento em que "... vi o presidente. Aí caiu-me a ficha. Comecei a ficar nervoso. Ainda por cima já estavam a sair notícias de que podia estar iminente a minha contratação, eu sem poder falar com ninguém. Comecei a receber mensagens e não podia responder. Foram duas horas em que não podia falar com ninguém, nem com familiares, nem com amigos."

O negócio, esse, estava definido. Para além do dinheiro, alvitrando-se terem sido 4 milhões de euros, o Vitória haveria de receber a título de empréstimo os jogadores portistas Ivo Rodrigues, Sami e Otávio. Uma alteração no plantel que haveria de fazer com que o treinador Rui Vitória, em conferência de imprensa, dissesse que "Primeiro, não fui eu que quis contratar ou vender o Hernâni. Houve um clube que o quis contratar e outro que aceitou o negócio. Depois, houve a possibilidade de reforçar a equipa e foram-nos colocados em cima da mesa certos jogadores. Claro que, como qualquer treinador, gostaria de contar com o Jackson Martinez, o Brahimi ou o Quaresma, mas isso não era possível".

Hernâni haveria, contudo, de voltar a título de empréstimo na temporada de 2016/17... mas, isso, já será outra história!

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