Falar de Leocísio Sami não trará grandes recordações aos vitorianos.
Na verdade, o extremo guineense, apenas, actuou por 15 vezes de Rei ao peito naquela segunda parte de temporada de 2014/15, após ter chegado a Guimarães no pacote negociar da transferência de Hernâni para o FC Porto, juntamente com Otávio e Ivo Rodrigues.
Porém, ao contrário dos seus colegas, teve de viver uma verdadeira batalha para ser jogador do Vitória...ele que tinha sido emprestado pelos Dragões no início desse exercício ao eterno rival dos Conquistadores, o SC Braga.
Porém, essa sua aventura não correria bem, com o jogador a estar em vias de ver-lhe ser instaurado um processo disciplinar, pois como contou à Tribuna Expresso de 01 de Abril de 2023, insatisfeito pela sua parca utilização, "...tinha de mudar, não podia estar no banco e jogar 10/15 minutos. Foi isto que tentei dizer ao mister Sérgio Conceição.", na altura treinador dos bracarenses.
Mas, fruto do feitio explosivo do técnico tal reparo não seria bem aceite por este, "porque achou que eu devia esperar e ter mais paciência." A sentir a chegada do final do trilho e com o Vitória a querer aproveitar a sua insatisfação, tentou forçar a partida para os Conquistadores, o que ainda reforçou a vontade do símbolo rival de instaurar-lhe o procedimento disciplinar, já mencionado. Como o jogador contou, “uma das condicionantes que queriam pôr na minha rescisão, era a impossibilidade de ir para o Rio Ave e para o Vitória." Ora, se na pretendida proibição e ir para o Vitória as razões eram óbvias, para o Rio Ave deviam-se ao facto de ser o rival dos bracarenses nos quartos de final da Taça da Liga.
A salvar o jogador estaria o dono dos seus direitos económicos, o FC Porto, já que "interveio e defendeu-me e chegamos a acordo para eu ir para onde queria. Porque eles não eram detentores do meu passe, não podiam impor para onde eu ia ou não."
E, assim Sami chegaria ao Vitória para perceber as diferenças entre os adeptos dos dois rivais, pois, "fui assobiado no campo do Vitória, por isso, podia dizer que são os do Vitória (mais difíceis), mas da mesma forma que são difíceis, são apaixonados e também fui muito aplaudido. Os do SC Braga são mais tranquilos. O SC Braga tem clara a parte da claque, que vive intensamente o clube e os jogos, e depois tem a outra parte, dos sócios, que são mais tranquilos. No Vitória acho que toda a gente vive muito intensamente o dia a dia do clube." Tal conclusão poderia ser o complemento do que houvera dito em Fevereiro de 2015, aquando da visita de uma comitiva vitoriana à Escola EB 2/2 de Abação, onde referiu que "Quarto grande? É facilmente visível. Basta entrar no D. Afonso Henriques e vê-se quem é o quarto grande."
No final da temporada partiria, ainda que o Vitória quisesse continuar com ele. Na verdade, "o presidente do Vitória falou comigo para saber se queria passar a ser jogador do Vitória. Foi algo pensado, porque eu já tinha perdido o comboio de ficar no plantel do FC Porto. O meu empresário disse-me: “Vamos ver algumas opções para ires para fora”. E foi aí, não sei com que contornos, que surgiu a situação de ser emprestado para a Akhisar, da Turquia."
Por isso, sabia deixaria de ser jogador do Vitória, depois de bater o pé para ser jogador do Vitória, lutando contra tudo e todos no eterno rival...