Era a grande esperança vitoriana daqueles primeiros anos da última década do século XX.
Esquerdino de nível superlativo, peça primordial das selecções mais jovens, comparado a Paulo Futre, Agostinho era o menino de ouro da formação do clube, aquele de quem se esperava que, depois de exibições inesquecíveis, deixasse os cofres do clube completamente recheados. Um talento tão grande que, dez minutos após ter-se estreado pela equipa sénior frente ao Estoril, ainda com idade júnior, estava a partir os rins ao lateral direito contrário para servir Ziad para apontar o segundo tento da partida.
Porém, se seria lançado nessa época de 1993/94 por Bernardino Pedroto, seria na temporada seguinte com Quinito que encontraria alguém que considerou na entrevista ao Expresso de 02 de Março de 2024, "como um pai. Eu treinava sempre ate Quarta ou Quinta-feira e ele depois dizia-me: Miúdo, agora ficas um bocado de fora para descansar. O que eu queria naquela idade era correr e jogar."
Com o país a olhar para aquele menino de Paços de Ferreira como uma das futuras estrelas do seu futebol, o Vitória resolveu agir. Como o antigo jogador contou, "o Pimenta Machado chamou-me ao gabinete dele, no meu último ano de júnior, e disse-me: Miúdo, quero que assines por cinco anos com o Vitória." Surpreendido com a proposta, "chutaria a bola para a frente", dizendo que deveria falar com o seu empresário, Manuel Barbosa, na altura, o maior empresário do futebol e representante de grandes estrelas do futebol mundial.
Sem nada ter acontecido durante um mês, Pimenta Machado exasperou-se e chamou o jovem jogador novamente ao seu gabinete. Contudo, do nada surgiria uma inusitada surpresa. Como o jogador contou na entrevista consultada, "... nesse dia, (...) o Quinito deu-me um beijinho na cabeça e disse-me: Miúdo, não assines”; “Porquê, mister?”; “Não assines, que depois o Manuel Barbosa vai explicar-te.” Fiquei com a pulga atrás da orelha." Porém, empertigar-se-ia de coragem para refutar a renovação, o que levou o líder do Vitória a ameaçá-lo com afastamento da equipa sénior.
Posteriormente, viria a saber as razões de tanta preocupação, inclusivamente do seu treinador e que, diga-se, não deveria interferir nos interesses do clube. Assim, "O Pimenta queria que eu assinasse no Vitória, para eu depois assinar pelo Benfica, três anos. As coisas entre ele e o Benfica já estavam combinadas." Com um pré-acordo com o emblema merengue assinado, seria afastado do plantel sénior do Vitória, estando meio ano sem jogar e a treinar sozinho. No início da temporada seguinte chegaria ao emblema merengue, onde, todavia, nunca se estreou na equipa principal.