COMO HÉLDER FERREIRA ENTROU NA HISTÓRIA VITORIANA, DEPOIS DE TER PERCEBIDO QUE O DINHEIRO NÃO ERA TUDO E QUE FAMÍLIA É O LUGAR ONDE NOS SENTIMOS BEM!

Há jogadores que sentimos terem passado ao lado de uma bela história de Rei ao peito. Fosse por não confirmarem as expectativas neles depositadas, fosse pela "camisola pesar toneladas", fosse por qualquer outra razão nunca confirmaram totalmente o que se esperava deles.

Um desses casos será do extremo esquerdo Hélder Ferreira, actualmente a jogar nos arménios do Noah FC, onde é figura de proa.

Porém, não obstante isso, Hélder estará para sempre nas histórias bonitas do Vitória por ter sido uma das principais figuras da equipa de sub-17 que foi campeã nacional em 2014, tendo mesmo apontado os dois golos do decisivo empate frente ao Sporting em Alcochete.

Todavia. esse momento de glória, apenas sucedeu devido ao arrependimento do jogador após ter tomado um passo que julgara decisivo. Para percebermos o que ocorreu, teremos de socorrer-nos da entrevista que o jogador deu à Tribuna Expresso de 03 de Maio de 2025, onde começou por contar que cedo deu nas vistas na sua terra natal, em Fafe, o que fez com que rapidamente desse o salto para o clube da cidade.

Porém, aí, sentiria na pele as agruras do futebol, sendo poucas vezes convocado, já que "não tinham um escalão da minha idade, por isso fui jogar num escalão mais acima." Com dificuldades em lidar com jogadores já com outra capacidade, poucas vezes jogou, o que levou a que o seu pai tomasse uma decisão: levá-lo a treinar ao Vitória, na decisão que haveria de alterar a sua vida.

Numa semana convenceria tudo e todos. Passaria, assim, a ser jogador do Vitória, ainda que fosse por pouco tempo. Como o próprio contou na entrevista já mencionada, "O Benfica contactou o meu pai, foram ao meu bairro para me levar, acho que tinha uns 13 anos." Apesar do Sporting também ter tentado seduzir o jovem esquerdo, optaria pelas águias que, apresar de tratar-se ainda de uma criança, já lhe pagavam cerca de 1500 euros por mês.

Contudo, nem só de dinheiro viverá o homem e Hélder nada lucrou com essa aventura. Na verdade, "só fiquei lá um mês, nem isso. Estava sempre a ligar aos meus pais, queria ir embora. Não me adaptei.", pelo que nem um salário haveria de receber. Restava tentar dar um passo atrás... um passo rumo a regressar à casa que o acolhera quando deixou Fafe, pois "O Vitória desde os escalões dos mais novos até à equipa principal é como uma família, toda a gente trata bem toda a gente, no geral todas as pessoas foram marcantes."

Seria nesse ambiente familiar, que atenuaria as dificuldades que vivia em casa, onde tinha um ambiente difícil, com "muitos problemas, assisti a muitas confusões, custou muito", e que os pais se envolvessem numa batalha pela sua guarda, acabando, posteriormente, por ficar coma a avó, que redescobrira a felicidade. Uma felicidade que foi a de todos nós naquele dia 15 de Junho de 2014, quando com os seus golos fez do Vitória campeão... graças a ter regressado de uma curta aventura que lhe dilacerou a alma e por ter aprendido a pronunciar a palavra família na Academia!

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