Será um daqueles momentos destinados a ficar na memória de quem viveu...
E a entrar na ilusão de quem não pôde lá estar, ou nem sequer era nascido.
A verdade é que os tempos eram difíceis... o Vitória, naquela temporada de 2005/06, teimou em não encarreirar. As muitas mudanças produzidas no plantel vitoriano não surtiram efeito. A aposta no D.Sebastião, Jaime Pacheco, redundara num tremendo fracasso e o seu sucessor, Vítor Pontes, parecia perdido na missão de resgatar as melhores qualidades da equipa.
Era pois uma cidade em profunda agonia, já a temer o infeliz desenlace que haveria de comprovar-se três meses depois. O Vitória, 48 anos depois, iria ter de disputar novamente a Segunda Divisão Nacional.
Por isso, urgia tentar levantar o moral das tropas. Demonstrar que tinham uma cidade por trás delas! Que os vitorianos tudo farão para ampararem os seus. E, nada melhor para isso, do que acompanhar os jogadores vitorianos através de um cordão humano do hotel onde se encontravam em estágio até ao estádio D. Afonso Henriques.
Sob intenso temporal, uma cidade saiu à rua. Homens, mulheres, velhos e novos, crianças e adultos todos quiseram demonstrar o seu apoio aqueles que iriam entrar no relvado para enfrentar o Benfica. Um jogo difícil mas que seria uma das derradeiras alegrias de uma temporada para esquecer, graças aos golos de Svard e de Neca.
Um documento único para relembrar aquela tarde ou, para aqueles que não a viveram, experimentarem um pouco mais do intenso fervor vitoriano...no fundo, a nossa essência!