Temos de falar em Denis Duarte...
Por vezes, podemos ser importantes, onde menos esperamos.
Denis foi uma das grandes esperanças do futebol jovem vitoriano. Contratado ao Torreense para a equipa B em 2014/15, sempre demonstrou capacidades, para central, que os distinguiam dos demais. Até ser dos melhores marcadores das equipas onde joga!
Como tantos colegas seus, não chegaria à equipa A, fazendo nela, apenas, quatro partidas. Até marcaria um golo na Taça de Portugal contra o Vasco da Gama, naquela inesquecível partida disputada no Alentejo profundo, na Vidigueira.
Por isso, faria carreira pelo estrangeiro em ligas (muito) periféricas e em clubes do segundo escalão português.
Por isso, causou surpresa ter regressado ao Vitória em 2022. Com 28 anos. Com um contrato de cinco anos. Mais do que isso...para actuar na equipa B!
Também será verdade que os seus dois primeiros anos foram difíceis, mas jamais ter-se-á demitido do seu papel.
Ontem, em Paredes, mostrou o seu papel na equipa B vitoriana.
Como capitão de equipa e muito mais velho do que todos os seus colegas, assume a função de líder da equipa. Um líder que ao lado do jovem Rika (que talento!) tornam o último reduto vitoriano inexpugnável.
Mais do que isso, assume a função de pai dos miúdos. A voz de comando de um jogador mais velho do que o próprio treinador Gil Lameiras, também ele cheio de talento e de ambição. Um homem que, no primeiro jogo frente ao Paredes, cometeu erros, mas que foi o primeiro a dar o grito e o exemplo, sendo de importância determinante no empate (com sabor a vitória!) alcançado nesse dia.
Por ter esse espírito, terá sido por isso que cometeu o seu único erro, ontem, num jogo monstruoso, ao ser expulso... "pai que é pai" não deixa o filho desprotegido perante a inesperada e inopinada fúria de terceiros. Defende-os. Dá a cara. Sacrifica-se por eles. Foi o que Denis fez e que levou à sua expulsão.
Sabe que, provavelmente, ao contrário de todos os seus colegas dificilmente poderá ter ambições em jogar na equipa principal. Talvez, não pense nisso... talvez, um dia, a sua maior recompensa será olhar para aqueles miúdos e sentir que teve um papel preponderante no seu crescimento, na sua escalada para o sucesso. E, verdade seja dita, essa será a maior recompensa que alguém poderá ter!