Ontem, em Paredes, os vitorianos tiveram reminiscências do passado.
Talvez, tenham dado por si a pensar o que poderia ter sido e como, por vezes, os deuses do futebol e os seus desígnios são inclementes, cruéis.
Com a camisola 55 do emblema adversário estava um velho conhecido. Um homem que outrora fora um dos meninos queridos dos vitorianos, uma das suas grandes esperanças, merecedor até de comparação com o inesquecível N'Dinga.
Mais velho, quase sem cabelo, talvez mais esguio.
De certeza sem aquela capacidade física que lhe permitia comer metros com a bola em progressão, projectando a equipa para o último terço do terreno.
Isso terá ficado em outra vida...a vida em que sonhar não pagava imposto, em que tudo parecia possível!
As lesões, o maior pesadelo de qualquer futebolista, minaram-lhe a carreira. Primeiro aquela terrível contra o Ventspils na temporada 19/20, quando se lhe augurava que fosse o seu ano, e no final da temporada que lhe dizimou todas as esperanças.
O toque de bola continua lá, a capacidade de querer mandar no jogo também, mas este Joseph é outro. Um vencedor no regresso aos relvados, quando muitos temiam que tal jamais fosse possível, mas sempre a inquietar-nos, a fazer-nos questionar: o que teria sido se tudo o que lhe aconteceu tivesse sido uma folha em branco no que a infortúnios e lesões diz respeito?