I - Antes de mais, diga-se, foi difícil, muito difícil. Conseguido com muito sofrimento. Mas, acima de tudo, terá sido a prova definitiva e inelutável do crescimento de um conjunto que terá começado o Campeonato Portugal imberbe e hoje é feito de "miúdos de barba rija", que nada temem.
II - Frente ao Leça, tido como um dos mais fortes candidatos à promoção à Liga 3, a equipa de Gil Lameiras foi capaz de lidar com a obrigação do clube da casa em vencer, após a derrota sofrida em Paredes. Assim, a equipa, desde o primeiro momento, foi capaz de controlar os ímpetos adversários, mas, simultaneamente, de criar perigo junto à área leceira, numa demonstração clara de qualidade aliada a uma maturidade que merecerá todos os elogios.
III - E, se na primeira metade, os golos não surgiram, o inaugural haveria de aparecer logo no início da segunda metade, graças a um dos maiores desequilibradores da equipa e uma das mais interessantes revelações desta fase decisiva. Falamos de Noah Saviolo, um miúdo cheio de técnica, de ginga, com uma criatividade que o torna absolutamente imprevisível para os adversários e que arrancou rumo à área adversária, até ser derrubado nela. Denis, esse, aproveitaria a oportunidade para fazer aquilo que é especialista... o golo nesse tipo de lances!
IV - Pensou-se que o Leça, muito bem orientado por Filipe Mesquita, fosse apertar. Carregar no acelerador. Puro engano... o Vitória gelaria o jogo e, fruto de uma substituição que poderia ser intitulado de jackpot, chegou ao segundo golo, graças ao coreano Yuk. Terá entusiasmado-se em demasia, provocando uma discussão em campo, mas a verdade é que o mais difícil, pensava-se, que estava feito.
V - Contudo, ser vitoriano é ter de sofrer. É saber que nada está garantido. Tanto assim é, que, quando a partida parecia controlada, os Conquistadores haveriam de sofrer o golo que reduzia diferenças. Depois disso, seria sofrer... assumir a humildade de ter de defender e ser capaz de encaixar os golpes contrários com sofrimento e estoicismo. Assim acontecer, ainda que o Vitória, nos últimos momentos, sofresse um grande susto.
VI - Acima de tudo, conquistaram-se três saborosos pontos. Com eles, vieram a certeza que a primeira volta desta fase de promoção será terminada no primeiro posto e em lugares de subida. Seguem-se mais três desafios para um dos grandes objectivos da temporada, no que a futebol vitoriano diz respeito, ser concretizado. Subir à Liga 3, mas, simultaneamente, lapidar o talento dos jovens vitorianos e confirmar o técnico Gil Lameiras como um treinador de futuro será a plenitude de sucesso desta equipa.
VII - Segue-se, agora, o Paredes, em casa deste. Uma partida difícil, mas que poderá ser determinante. È verdade que os paredenses mostraram qualidade na partida disputada na Academia. Também, é verdade que é um clube bem organizado e, provavelmente, com uma estrutura de escalão superior aquele em que milita. Mas, estes miúdos, com este espírito, nada terão que temer...
VIII - VIVA O VITÓRIA, SEMPRE...