Talvez seja verdade, que lhe tenha faltado alguma continuidade...
Que decerto, se a tivesse, tinha chegado ao Vitória com menos 5 ou 6 anos e, por estes dias, estivesse coberto de fama e fortuna noutro país, noutro campeonato...
Mas, as coisas são o que são!
João Mendes chegou a Guimarães no seu apogeu como jogador... com pouquíssima experiência de Primeira Liga. O que nos faz perceber (como já percebemos) com Jota, Relvas e mais alguns que existe muita qualidade nos escalões inferiores!
Assumiu-se como uma das peças mais refinadas do futebol ofensivo vitoriano... o marcador dos golos bonitos, mas, também, aquele capaz de ler o jogo e desmarcar o colega com critério.
No fundo, no balneário sabiam disso até melhor do que nós, que só nos deleitávamos com a qualidade de jogo dele ao Domingo... por isso, chamavam-no de Puro, de Mágico!
Terão sido esses poderes mágicos a levar a que apontasse um dos golos mais marcantes que qualquer vitoriano se lembrará. Não pelo resultado, que um empate é só um empate, mas aquele tiro em Braga, no último segundo da última jogada jamais sairá da memória...pergunte-se a qualquer adepto como viveu aquele momento e verão que serão capazes de o descrever sem qualquer falha.
O tempo, no fundo, é inclemente... faz com que os ciclos findem. Aliás, João, do modo como acariciava a bola, procurando sempre o momento certo para a soltar, sabia disso. Queria, enquanto nos deleitava com o seu talento, saborear todos os momentos de Rei ao peito. No fundo, custara tanto cá chegar que não valia a pena precipitar-se e não degustar uma bela aventura.