Não tem as benesses de uma imprensa disposta a levar ao topo, alguns, mais ou menos, da idade dele...
Aliás, até esteve desaparecido da ribalta durante catorze longos e dolorosos meses. Meses que o terão feito questionar se voltaria a ser o que era, se conseguiria alguma vez mais partir para cima de um lateral contrário, arrancar veloz...ou, simplesmente, jogar futebol, a sua razão de vida.
Talvez, seja por isso, que por vezes, olhemos para Telmo e o sintamos tão sôfrego, tão ansioso, com tanta vontade de se mostrar. Como se naquela finta, naquela jogada que se predispõe a efectuar estivesse a prova de vida necessária que está como antes daquele famigerado dia em que se lesionou, ainda com a camisola do Tondela.
Todavia, já não necessitará disto. Talvez, ainda não tenhamos todos compreendido o seu modo de ver o futebol. O seu jeito ousado e destemido de procurar o um contra um e enfrentar o adversário. A sua forma de querer pegar na bola e assumir a jogada...
Mas, também, nos esquecemos, muitas vezes, que viveu e experimentou as agruras da travessia do deserto durante aquele famigerado período de recuperação e de convalescença. Que tal serviria de desculpa para muitos, mas que ele até faz com que durante o jogo olvidemos disso, exigindo-lhe o que exigiríamos a quem semelhante provação jamais experimentou. E, neste momento, apresenta números superiores aos que Kaio César conseguiu...
Por isso, para prova de vida, Telmo, o arcanjo que voa nas alas vitorianas, nem precisaria de ser considerado o melhor jogador jovem do mês de Março... mas, atendendo aos elogios (muitos deles merecidos!) que Rodrigo Mora tem alcançado, poderemos dizer que melhor prova de vida o jovem vitoriano não poderia apresentar!