COMO NOS "PORMAIORES" O VITÓRIA PERDEU UM JOGO, EM QUE NOS PORMENORES NADA FICOU A DEVER AO SEU ADVERSÁRIO...

I - Ponto prévio: o resultado é enganador, porque o Vitória teve maior volume de jogo, rematou mais vezes e até teve maior número de oportunidades de golo. Porém, para vencer num jogo de futebol serão necessários outros atributos para além do domínio territorial e a produção ofensiva.

II - Aliás, logo no primeiro minuto teríamos um retrato fiel do que seria a contenda, com Telmo Arcanjo, perante Trubin, a desperdiçar um golo que parecia certo. Poderia ter sido um início absolutamente extraordinário para os Conquistadores, assim seria uma fotografia perfeita do que seria a partida.

III - Contudo, apesar do falhanço, esse lance empolgou o Vitória. Pressionante e com rápidas trocas de bola pressentia-se que o golo pudesse surgir a qualquer momento. Não surgiria e e esse frenesi colocado numa pressão alta seria o primeiro tiro fatal que a equipa sofreria. Um tiro suscitado pela capacidade do adversário ultrapassar a linha de agressão vitoriana para desencadear um rápido contra-golpe que Varela foi incapaz de esconjurar, ainda que tivesse defendido o primeiro remate.

IV - Não sentiu o Vitória o golo. Pelo contrário, manteve-se fiel ao seu plano de jogo e, consequentemente, a criar oportunidades para empatar a partida. A acercar-se com perigo da baliza do guardião do Benfica. A colocá-lo à prova. E este a responder de modo eficaz, demonstrando que uma equipa que tenha ambições tem de ter um guarda-redes capaz de nos momentos decisivos dizer presente.

V - E, assim, chegou-se ao intervalo, com a segunda metade do desafio a ser lançada nas mesmas bases. O Vitória a tentar ocupar o meio campo encarnado, a acercar-se da área contrária e, por vezes, a conseguir alvejar o último reduto adversário. Sem conseguir, contudo, o essencial... sendo que quando o guardião ucraniano não resolvia, a sorte virava as costas aos Conquistadores... como no lance em que Gustavo Silva desviou a bola para a baliza e esta caprichosamente saiu ao lado.

VI - Seria, esse, talvez o canto do cisne dos Conquistadores. Com Gustavo, imediatamente, a sair de campo, a equipa perderia a sua fonte de agressividade na frente de ataque. A juntar-se a esse facto o decréscimo físico da dupla Handel e Tiago Silva, bem como a entrada em campo de um médio benfiquista fresco como Barreiro, o Vitória foi perdendo o fulgor que houvera mostrado durante boa parte da segunda metade.

VII - Porém, apesar disso, ninguém deveria estar preparado para o que sucederia. É verdade que o Benfica, a título individual, tem jogadores de alta qualidade. Que tecnicamente poderão tirar coelhos da cartola. Mas, para se ganhar um jogo destes, é necessária uma forte dose de transcendência. E, nem no segundo golo onde Carreras fez o que quis de Maga e... de Varela, nem no terceiro em que o guardião vitoriano foi novamente infeliz, isso sucedeu,.

VIII - E, assim, decidiu-se o jogo. Nos "pormaiores" da finalização contra os pormenores do desperdício. Nos "pormaiores" da frieza contra os pormenores de um frenesi por vezes pouco racional. Nos "pormaiores" de três ou quatro defesas de um guardião que foi determinante contra os pormenores de outro que foi infeliz nos momentos decisivos do jogo, desequilibrando-o.

IX - Apesar de tudo, não foi uma jornada negativa para o Vitória. Conseguiu sobreviver a esta jornada tida como melindrosa à frente do Santa Clara e sem perder pontos para o Famalicão. Mais do que isso, a saber que ainda tem dois jogos no D. Afonso Henriques, em que a equipa, à excepção de duas partidas, tem sabido estar à altura. Por isso, a Europa, apesar de tudo, no fim desta etapa é mais possível do que no início da mesma e isso só poderá ser o "pormaior" mais importante neste momento.

X - VIVA O VITÓRIA...SEMPRE!

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