O Bruno é o que se pode chamar um tipo porreiro...
Um tipo de sorriso fácil, respeitado no balneário e, sejamos honestos, às vezes até é criticado pelo seu modo estar de futebol, sempre em busca de consensos, de acordos e combatendo os conflitos.
Por isso, em jeito de brincadeira, até se diz que pode ser o futuro Neno do Vitória, apesar de, provavelmente, não cantar Júlio Iglésias.
Atendendo a isso, não merecia o que ouviu ontem de uns "heróis" que protegidos numa bancada o resolveram insultar. Um acto infeliz mas que nada tem a ver com o Boavista, pois, infelizmente, o que mais há por aí são energúmenos mal educados e mal formados.
Porém, ainda haverá outros piores do que esses. Parece inacreditável, mas é um facto. Com efeito, o Bruno Miguel Semedo Varela, natural de Lisboa e filho de humildes cabo-verdianos, percebeu que até no racismo, há cidadãos de primeira e de segunda.
Têm dúvidas? Bastará lembrar o inenarrável caso Marega. As vozes que se levantaram, mesmo sem terem visto o que aconteceu. Os pseudo-vitorianos para se mostrarem superiores apressaram-se a condenar o ocorrido e que agora não se colocam ao lado do guarda-redes da sua suposta equipa. As manchetes que agora um homem, que jogou nas selecções portuguesas, não é merecedor.
No fundo, a certeza que até no racismo há outro tipo de racismo...mediante os interesses, as ondas mediática que se querem cavalgar ou nas folhas de jornal onde querem aparecer.
Deste modo,, o cidadão Bruno Varela, além do racismo, sentiu na pele outra forma de discriminação: aquela que passa por ser um jogador de segunda, por não actuar em nenhuma daquelas equipas que se um jogador não dormir de noite, tal facto é digno de manchete.
Quase tão surreal como isso, o facto da CMTV ter colocado como rodapé que "ex-guardião do Benfica foi alvo de racismo". Como se só merecesse notícia por esse facto e não por ser uma pessoa que, por acaso, já nada tem a ver com esse clube. No fundo, a confirmação de um racismo selectivo, quase tão insidioso como o primário...