I - Ponto prévio: sem vencer fora, algo que não sucede desde a quinta jornada, os objectivos traçados para o campeonato serão fracassados, numa temporada que tinha tudo para ser de felicidade mas que ameaça ser um castelo de areia a escapar entre os dedos.
II - Contudo, apetece perguntar onde pára a equipa entusiasmante da primeira fase da temporada? É verdade que algumas das pedras desequilibrantes da primeira metade do exercício já rumaram a outras paragens, mas pede-se e exige-se muito mais do conjunto vitoriano. E, acima de tudo, lembrar que uma sociedade desportiva é algo de muito peculiar, pois, tem de combinar bons resultados financeiros com golos, pontos e vitórias... já que um saco de dinheiro só por si não levará ao êxito.
III - Hoje, em Famalicão, foi mais um passo na ladeira que o Vitória tem vindo a descer depois do apogeu exibicional alcançado, provavelmente, nos desafios contra a Fiorentina e o Sporting. Os Conquistadores foram uma equipa previsível, sem capacidade de de fazer desequilibrar o adversário que, apesar de jogar em casa, optou por não "colocar a cabeça de fora."
IV - Ora, perante um Famalicão receoso, um Vitória sem ideias, sem velocidade e sem as mais valias que fizeram sonhar durante uma parte da temporada, o jogo limitou-se quase a uma troca de bolas e lateralizações sem consequência. Samu, quase logo após o início da partida, terá desperdiçado a mais clamorosa oportunidade de golo da equipa de Luís Freire, mas a partir desse momento viu-se pouco... demasiado pouco para quem chegou ao jogo desejoso de confirmar o triunfo sobre a AVS SAD e não perder terreno para o quinto lugar.
V - Quinto lugar, esse, que está cada vez mais longe e, numa altura, em que o Vitória vai entrar num microciclo, teoricamente, mais melindroso e numa altura em que a tolerância ao falhanço está próxima de zero, já que novo deslize será a mais que certa "morte do artista." E, refira-se, a bem da verdade, que neste momento, nem existe a possibilidade de nos lamentarmos do infortúnio, das bolas ao poste, dos golos sofridos no último minuto. Por muito que nos doa, este Vitória está a anos-luz dessa equipa.
VI - No final, o empate a zero "premiou" a incapacidade de ambas as equipas para procurarem o golo. Freire tentou mexer no jogo, mas até ele parece sofrer de alguma ineptidão para desequilibrar, fazer dançar o oponente. Se no banco jogadores como Embaló, Ramirez ou Michel parecem incapazes de fazer abalar as estruturas de quem têm pela frente, o próprio treinador parece o guião do Sozinho em Casa..,. de tão repetido e previsível já sabemos as falas de cor. E, arrisca-se a entrar na história por um inusitado motivo, pois, entre Rio Ave e Vitória soma 29 jogos consecutivos sem triunfar fora! É obra.
VII - Segue-se o eterno rival no sempre apetecível Derby do Minho. Quando em Setembro passado, a equipa vitoriana conquistou a Pedreira, graças aos golos de João Mendes e de Tomás Ribeiro, acreditamos que íamos a caminho de uma época inesquecível.
Entretanto, tudo mudou! O Vitória não mais venceu fora, fragilizou-se na estrutura e nos princípios e perdeu terreno para o eterno rival. Mais do que isso, viu Santa Clara e Casa Pia, pelo menos estes, para já, ultrapassarem-no. Contudo, será daqueles desafios de resultado imprevisível e que nos obrigarão a apelar, acima de tudo, à alma e ao orgulho de levar o Rei ao peito...pelo menos isso!
VIII - Com o objectivo de conquistar um quarto apuramento europeu cada vez mais em risco, será bom que toda a estrutura reflicta. Para além da má sorte em alguns momentos, o que falhou? Que erros não poderão voltar a ser cometidos para o Vitória assumir definitivamente o estatuto de referência que merece ter no futebol nacional e que nós, modéstia à parte, tanto publicitamos na página? Será que os vitorianos merecem passar por estas provações?
IX - VIVA O
VITÓRIA...SEMPRE!