O Vitória, naquele ano de 2002/03, dava cartas.
Mesmo a jogar em Felgueiras, pelo facto de no seu estádio estarem a decorrer obras de beneficiação, os Conquistadores, treinados por Augusto Inácio, jogavam bem, venciam e, como consequência disso, andavam no topo da tabela classificativa.
Mais do que isso, na Taça de Portugal tinham legítimas ambições em chegar longe.
Um cenário quase idílico não fora a detenção de Pimenta Machado no final do ano de 2002 e do processo eleitoral no início do ano subsequente, que haveria de reconduzir o, então, presidente para o seu último mandato e que haveria de findar antes do tempo, em Junho de 2004.
Porém, seria já com Pimenta reconduzido que a "fava" do sorteio da Taça de Portugal calharia ao Vitória, tocando-lhe em sorte o FC Porto de Mourinho, na altura já vencedor da Taça UEFA.
Nessa noite de 29 de Janeiro de 2003, o Vitória a alinhar com Palatsi; Medeiros, Marco, Cléber; Abel, Rui Ferreira, Pedro Mendes, Nuno Assis, Rogério Matias; Rafael e Romeu proporcionou a todos os presentes uma grande partida de futebol, principalmente na primeira parte do desafio. Por isso, foi sem surpresa que Romeu, logo no início da partida, bateu Vítor Baía, colocando a equipa vitoriana a vencer.
Porém, na segunda metade tudo se alteraria, com o conjunto de José Mourinho a superiorizar-se graças aos golos de Jorge Costa e de Nuno Valente em escassos cinco minutos, virando a eliminatória.
Na hora da derrota, Pimenta seria Pimenta, ainda que com a nuance significativa de dar os parabéns ao juiz Pedro Henriques pelo seu trabalho, chegando mesmo a dizer que "Felicitei o árbitro no fim do jogo." Não obstante isso, haveria de produzir sonoro lamento ao referir que "O segundo lugar agora é difícil, devido a processos amalandrados."
Era a crítica mordaz às nomeações da arbitragem nacional, numa fase em que o Vitória ia perdendo pontos e o contacto com os três primeiros lugares... no fundo, como o próprio Pimenta gostaria de dizer, "com o intuito de manter o status quo vigente no futebol português"!