COMO PIMENTA ACHAVA CADA VEZ MAIS AS ASSEMBLEIAS-GERAIS MONÓTONAS, NUMA REUNIÃO MAGNA QUE MERECEU O REPARO DE UM ASSOCIADO AO POVO DE GUIMARÃES...

Aquela temporada de 1992/93 não estava a correr como projectado. A aposta em Marinho Peres redundara num fracasso, ainda que o seu substituto Bernardino Pedroto conseguisse estabilizar a equipa e colocá-la a salvo de qualquer tropeção no abismo.

Por esta estar a conseguir levar a cabo essa missão, aquela Assembleia-Geral de Abril de 1993 destinada a aprovar o Relatório e Contas do exercício transacto foi bastante pacífica, a ponto de Pimenta, como escreveu o Jornal Povo de Guimarães de 09 de Abril de 1993. Tão tranquila, que o referido jornal aludia que Pimenta terá tido um desabafo entre amigos do género "Estas Assembleias-Gerais do Vitória estão a tornar-se muito monótonas."

Considerava-se, assim, que "longe vão os tempos, de facto, em que as Assembleias do Vitória por vezes se incendiavam e constituíam tema para páginas de escrita jornalística."

Apesar disso, e apesar, de na sua grande maioria, os sócios comparecerem na reunião magna vitoriana para aplaudirem o presidente, existiam "...pontos de continuidade" com o período passado em que tudo era debatido com maior ardor.

Entre eles, para além das habituais intervenções do sócio José de Oliveira Antunes, ".. o sócio João Freitas continua a votar contra os Relatórios e Contas, o que tem feito sempre, sem falhar um ano, desde que o Presidente o afastou da direção do clube." Seria esta consideração que haveria de suscitar a resposta de alguém que hoje em dia faz parte dos órgãos sociais do clube, ainda que o jornalista complementasse que "Quando o Presidente da Assembleia António Xavier pergunta: "Quem vota contra?, já todos olham para trás para verem o voto contra de João Freitas."

Tal haveria de suscitar o desagrado do antigo e actual dirigente dos Conquistadores, que de imediato requereu um esclarecimento no jornal de 23 de Abril desse ano. Ora, para este, tudo estava correcto no que fora escrito, "excepto desde que o Presidente o afastou, pois não aconteceu assim, fui eu que me afastei e até o fiz antes quatro ou cinco meses que o Sr. Armindo Pimenta Machado", “a quem está ligado profissionalmente."

Este facto obrigava o semanário a reconhecer o erro, dizendo que "Foi João Freitas que se afastou e não foi afastado". Ainda assim, segundo o mesmo, o que interessava realçar era o facto de continuar a votar contra as contas dez anos após ter abandonado a gestão do clube, algo que o mesmo justificava com "É verdade que eu voto contra sem ler o Relatório, sem razões, mas é igual aqueles que votam a favor, também, sem o lerem." Destes episódios, também se fez a história vitoriana...

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