COMO FRANKLIM, NA HORA DE DESPEDIDA, SENTIU QUE FORA INJUSTIÇADO NO QUE À SELECÇÃO DIZIA RESPEITO, TAL COMO SUCEDERA E HAVERIA DE CONTINUAR A SUCEDER A JOGADORES DO VITÓRIA...

Já aqui falamos de Franklim, o avançado que trocara o Belenenses pelo Vitória em 1945, após os responsáveis do clube da Cruz de Cristo terem sido incapazes de lhe arranjar um emprego na Companhia Nacional de Navegação.

Por isso rumaria a Guimarães para trabalhar na Intendência Geral dos Abastecimentos e para durante sete anos ser a figura de proa do ataque vitoriano, cotando-se como um dos melhores jogadores da província, como na altura era praxe realizar-se a dicotomia com a capital.

Atendendo a essa relevância em 1952, sendo já o jogador um veterano, ser-lhe-ia realizada uma festa de homenagem em que, inicialmente, a velha guarda vitoriana, que era a equipa que fora finalista da Taça de Portugal de 1942, deveria defrontar os mais velhos do Sporting Clube de Fafe, para de seguida a principal vitoriana encontrar a sua congénere do Boavista.

Porém, na hora da despedida, o avançado resolveu abrir o coração no jornal A Bola de 26 de Abril de 1952, manifestando a sua desilusão por nunca ter sido premiado com uma internacionalização que considerava que se chegasse teria sido de inteira justiça. A justificar tal pretensão um lamento que aludia ao facto de "possivelmente, se continuasse no Belenenses, teria sido internacional. Depois de estar em Guimarães, impedido de jogar pela lei das transferências, fui mais de uma vez convidado para treinar na selecção."

Ainda assim, nunca haveria de envergar a camisola das Quinas, mesmo quando tudo parecia encaminhar-se para isso. Tal sucedeu quando "uma vez Jesus Correia magoou-se e Lourenço, do Estoril, era o seu substituto, mas por doença, creio, também, não podia alinhar. Eles mesmos, Jesus Correia e Lourenço, em entrevistas concedidas a A Bola, afirmaram que eu seria certamente o seu substituto." Porém, tal não seria assim, pois "... o seleccionador, que eu já nem me lembro quem era, escolheu outro jogador adaptando-o ao lugar."

Como Machado houvera manifestado anos antes, como Daniel e João da Costa, posteriormente, seriam desconvocados estando já a entrar no comboio, como Silveira foi convocado e quando se esperava que fosse utilizado não foi chamado, como Mendes, o primeiro internacional vitoriano só o foi após o Mundial de 1966 ou como Adão, depois de tirar o passaporte, ficou em terra enquanto a comitiva lusitana rumava ao México 86, também Franklim sentiu na pele as arbitrariedades do futebol português....

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