COMO O VITÓRIA FEZ HISTÓRIA, EM MAIS UMA GRANDE EXIBIÇÃO, QUE O RESULTADO NÃO CONFIRMA

I - É histórico. O Vitória somou o décimo segundo jogo sem conhecer a derrota numa competição europeia. Mais do que isso, conseguiu a melhor classificação da sua história num campeonato (que é o que desta fase tratamos) ao terminá-la no segundo lugar, suplantando os quatro terceiros postos conseguidos nos campeonatos portugueses. Mais do que isso, só ficou atrás do Chelsea, equipa habituada a outros palcos e que venceu todos as suas partidas.

II - Hoje, frente a uma Fiorentina que não jogou todas as suas cartadas de início, o Vitória foi um conjunto agressivo, personalizado e ambicioso. Entrou determinado, a trocar a bola com critério, com a qualidade do seu meio campo a ditar leis, principalmente na capacidade de recuperação e de projecção da equipa por parte de Manu, que voltou a encher o campo.

III - Seria assim que o estádio do Rei entraria em ebulição, já depois de ter gritado golo, mas, para depois em tom desiludido, perceber ter-se tratado de falso alarme. Porém, quando Gustavo foi capaz de colocar a bola no fundo das malhas viola fez-se justiça, tal era a superioridade vitoriana, capaz de colocar no último reduto uma das melhores equipas transalpinas da actualidade. E mesmo, depois do golo, não faltou ambição, vontade de ir mais além a uma equipa que foi Conquistadora na verdadeira acepção do termo.

IV - Na segunda metade, a toada da partida não se alterou. O perfume futebolístico vitoriano manteve-se. As oportunidades desperdiçadas, também. Como alteração, apenas o facto da Fiorentina ter começado a lançar a jogo as suas melhores armas como Adli, Goosens ou Kean. A artilharia pesada capaz de equilibrar o jogo, ainda que o Vitória mantivesse a mesma postura.

V - Porém, estrategicamente, a equipa de Rui Borges resolveu resguardar-se mais. Apostar nas transições rápidas. Mesmo assim, teve oportunidades para dar a machadada final por mais do que uma vez. Sentia-se que num golpe de asa o jogo pudesse ficar resolvido. Contudo, como tantas vezes tem ocorrido na presente temporada, os golos desperdiçado, alguns de forma infantil, ditariam a sua lei... e como quem não marca...

VI - Assim, seria no forcing final que a equipa italiana haveria de chegar ao empate. Um golo que gelou o D.Afonso Henriques, mas que não arrefeceu o entusiasmo de uma equipa solidária, agressiva, apaixonante e que deixou todas a as suas gotas de suor em campo,

VII - No final chegaria o empate a um, e o segundo lugar final na fase da liga, graças ao golo tardio sofrido pelo Lugano. Uma posição destinada a ser debruada a letras de ouro nos 102 anos de história do clube, mas que funcionará, também, como presente envenenado. Na verdade, fruto das regras estipuladas, em Março o Vitória encontrará um destes quatro adversários: Bétis, Heidenheim, Copenhaga ou Gent. Quatro conjuntos que, supostamente deveriam estar acima na tabela, e cujo embate prevê-se de dificuldade acrescentada. Mas, mantenha-se a ambição que este extraordinário conjunto de atletas tem patenteado e tudo será possível...

VIII - Segue-se o Nacional da Madeira antes do Natal. Um jogo em que os três pontos terão de ser obrigatórios, até porque as equipas que antecedem o Vitória irão encontrar-se nos Açores. Até por isso, será importante capitalizar o triunfo, de modo ao futuro continuar a ser olhado com optimismo, sabendo que, agora, a equipa, depois de uma série em que não pôde respirar, poderá voltar a beneficiar dos "treinos aquisitivos", como Rui Borges gosta de denominar os aprontos que lhe permitem retocar aspectos para além dos correntes,.

IX - VIVA O VITÓRIA...SEMPRE!

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