Falar de Davidson é falar de um atleta que, apesar de ter actuado, apenas, duas temporadas no Vitória, ainda hoje leva Guimarães no coração.
O jogador brasileiro que entrou em Portugal pela porta do Sporting da Covilhã, teve de comer o pão que o diabo amassou para chegar a profissional de futebol, pois, nascido no Complexo da Mangueirinha, uma favela do Rio de Janeiro, como confessou em entrevista ao Portal Mais Futebol de 16 de Novembro de 2018, "O intuito não era jogar para me tornar profissional, era para não estar na rua."
Contudo, o seu talento haveria de prevalecer, a ponto de começar a receber convites que o fizeram no período de formação jogar em clubes como o Fluminense, Santos ou Recife. Apesar disso, como o próprio reconheceu nessa entrevista, "ser profissional no Brasil é muito difícil, são poucos os clubes que apostam e infelizmente não tive tantas oportunidades."
Sem grandes oportunidades na carreira, aceitaria o desafio europeu, na fria Covilhã, sem saber sequer o que o esperava, pois "... não sabia que ia para o Covilhã. Tinha lá um amigo, Edmilson, e não sabia. Tinha algumas hipóteses e o Covilhã era uma delas. Disseram-me que era muito frio lá, que havia neve. De certa forma fiquei entusiasmado com a neve, um brasileiro, do Rio de Janeiro, não vê neve. Fiquei entusiasmado por isso, mas não sabia o frio que era. Foquei-me na oportunidade que tive."
Tanto que daí saltaria para Chaves, já não estranhando o frio transmontano e continuar a brilhar, de modo a suscitar a cobiça do Vitória... transformada em casamento com a ajuda da sogra! Assim, "ainda não havia nada com o clube, vim a Guimarães visitar a cidade e conhecer. Vim com a minha esposa, ainda com o meu filho na barriga, e nessa visita a minha esposa gostou muito. Estava com a minha sogra que me disse: genro, você podia vir para cá." Premonitoriamente, ou meramente um desabafo, a verdade é que tais palavras seriam decisivas quando o convite chegou. A partir desse momento, confirmou o que sentiu "quando vim para Portugal vi como era o Vitória, a força dos adeptos, o clube em si, a história. Criei um carinho pelo clube. Quando cheguei aqui foi a realização de mais um sonho."
Um sonho que, hoje, apesar de afastado, ainda mantém como real... acompanhando a realidade dos Conquistadores e sofrendo como se de mais um adepto se tratasse!